Um dos advogados de Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten criticou nesta manhã de terça-feira (19) a divulgação do indiciamento do ex-presidente por falsificação do certificado da vacina contra covid-19.
O que aconteceu
“É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial”, escreveu Wajngarten, que foi secretário de Comunicação no governo de Bolsonaro, nas redes sociais.
Defesa do ex-presidente disse que não recebeu atualizações. Os advogados do ex-presidente disseram que tentaram ver se havia novas movimentações no processo ontem, às 19h, e nada constava.
Polícia Federal enviou indiciamento ontem. O caso deve ser apreciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República), que pode arquivar ou apresentar denúncia.
Vazamentos continuam aos montes ou melhor aos litros.
É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial. pic.twitter.com/d4WeulpgYc
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) March 19, 2024
Investigação por registro falso de vacina
CGU identificou “inconsistências” no certificado de vacinação de Bolsonaro. Dados do Ministério da Saúde indicam que há um registro de vacinação contra a covid-19 em 19 de julho de 2021, na UBS Parque Peruche, em São Paulo.
Bolsonaro não estava na cidade. As investigações mostraram, porém, que o ex-presidente não estava na capital paulista nesta data — ele foi para Brasília um dia antes e não fez nenhum outro voo até 22 de julho.
Funcionários da UBS negaram ter visto ex-presidente. Todos os funcionários ouvidos pela CGU disseram não ter visto Bolsonaro na UBS Parque Peruche em 19 de julho de 2021. Os depoimentos foram corroborados pela análise dos livros físicos mantidos pela UBS para registro da vacinação da população.
Investigação revelou ligação de Mauro Cid com o esquema. As descobertas da CGU em Duque de Caxias (RJ) levaram à deflagração da Operação Venire, da Polícia Federal. A ação revelou a ligação de agentes públicos federais e municipais com o esquema e, ainda, a do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que foi preso preventivamente em maio de 2023.