Uma garrafa do vinho branco que ficou mergulhado por 12 meses para maturação na costa de Santa Catarina será sorteada em uma rifa para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. A garrafa custa R$ 5 mil e será entregue com corais, algas e conchas, como saiu da água e proposta visual das vinícolas.
A ação foi feita por uma vinícola de São Joaquim, na Serra de Santa Catarina, responsável pelo vinho, e de Bento Gonçalves (RS), que comercializa um espumante que também será rifado. As duas bebidas foram envelhecidas juntas a 12 metros de profundidade no fundo do mar.
Segundo Fabiano Mueller, sócio-proprietário da empresa catarinense, foram arrecadados R$ 75 mil em apenas três dias. Os bilhetes custam R$ 10. Todo o valor arrecadado será destinado a ajuda humanitária, informou o empresário.
Uma equipe de voluntários esteve em Roca Sales, no Vale do Taquari, onde donativos são entregues, sobretudo produtos de limpeza.
“A gente focou mais na parte de limpeza, de reconstrução. Porque a região que a gente veio é uma região que já baixou um pouco a água”, comenta.
O processo de maturação dos vinhos e espumantes consiste em mergulhar as garrafas no oceano, onde ficam por meses até que atinjam o ponto de consumo. Depois são retiradas e comercializadas da forma que saem da água.
Como funciona
Com as uvas produzidas a 1,3 mil metros de altitude, as empresas fabricam as bebidas e, após o engarrafamento, lacram as garrafas com cera para evitar a contaminação e as comportam em caixas de aço inoxidável.
As gaiolas são colocadas a 12 metros de profundidade no mar com auxílio de um barco.
Durante os meses em que ficam em maturação, elas são retiradas a cada 60 dias e passam por análises laboratoriais físicas e químicas para verificar a evolução e o processo de envelhecimento.
🪸🍾 As vinícolas também buscam entregar uma experiência visual diferente aos clientes. Cobertas de corais, algas e conchas, que se incorporam às garrafas, a peça pode se tornar objeto de decoração após o consumo.
🏖️❌ Por questão de segurança, os empresários não divulgam a praia escolhida para o procedimento.
O projeto foi elaborado pelas vinícolas Fama, de São Joaquim, e Videiras Carraro, de Bento Gonçalves, na Serra gaúcha. Segundo Mueller, o primeiro lote comercial foi disponibilizado para venda em março deste ano, mas uma série para teste já havia sido feita em 2022.
Os vinhos envelhecidos no fundo do mar ou do rio têm a vantagem de que amadurecem a uma temperatura constante. Citando também as correntezas que deixam o liquido melhor e a falta de iluminação, fazem deste conjunto que o vinho seja quase perfeito em seu envelhecimento e as garrafas, tanto de tinto como de branco, são seladas e colocadas na vertical sobre estruturas metálicas para impedir que sejam arrastadas pela correnteza,
Ao longo dos anos, se pôde comprovar que as garrafas de vinho que tinham sido alojadas no fundo do mar ou dos rios por causa dos naufrágios tinham experimentado excelentes melhorias, chegando a valer muito dinheiro em diferentes leilões.
Uma das práticas pioneiras nesta viticultura vanguardista aconteceu no ano de 2015 no cais de Poris de Abona da ilha espanhola de Tenerife, onde, a 18 metros de profundidade, foi criada uma adega submarina.