Os açudes construídos e monitorados pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) ganham visibilidade sempre que se inicia a quadra chuvosa. Isso porque quando começam as chuvas o povo que mora no sertão espera com otimismo, orações e festas a sangria dos açudes, como se costuma dizer quando uma barragem verte após as precipitações chuvosas.
Os primeiros meses do ano, são sempre os que mais trazem esperança à população que vive no semiárido brasileiro. Com as recentes chuvas das últimas semanas, 49 açudes monitorados pelo DNOCS sangraram nos estados do Ceará, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Na última semana, por exemplo, divulgamos os 23 açudes que verteram no Ceará e hoje vamos falar um pouco da esperança que chega aos demais Estados. As informações são do Serviço de Operações Agrícolas, por meio do Serviço de Monitoramento Hidrológico (DI/DEP/MH) do DNOCS.
Sangria dos açudes
Na Bahia, 12 açudes alcançaram nível de sangria, já na Paraíba foram 02, em Pernambuco 01, no Piauí 05 e no Rio Grande do Norte 06, até a última data do monitoramento. Entre os açudes que atingiram nível máximo na Bahia, destacam-se o Açude Anagé, com capacidade de 255.630.00m³, construído pelo DNOCS em 1988, no sudoeste do Estado, e a Barragem de Cocorobó, no município de Canudos, com capacidade máxima de 245.375.950m³. As outras barragens que sangraram no Estado foram Pinhões, Juraci Magalhães, Quicé, Morrinhos, Cariacá, Monteiro, Tapera, Riacho da Onça, Genipapo e Laginha.
Já nos estados vizinhos Pernambuco e Paraíba, poucos açudes chegaram a sangrar, mas a população já se enche de esperança, pois muitos estão com capacidade acima de 50%. Em Pernambuco, sangrou o Açude Mundaú II, no município de Garanhuns, e 10 açudes atingiram mais de 50% de sua capacidade, entre eles, três passaram dos 90%. Já na Paraíba, sangraram as barragens de Poções, no município de Conceição, e São Gonçalo, localizado em Sousa. Este último é um dos principais açudes da região, com capacidade de acumular 44.600.000m³ de água.
No estado do Piauí são cinco os açudes que verteram: Caldeirão, em Piripiri; Estreito, no município de Padre Marcos; Ingazeiras, em Paulistana; Pedra Redonda, em Conceição de Canindé; e Salinas, no município de São Francisco do Piauí. Estes dois últimos são os que têm maior capacidade de abastecimento, com 216.000.00m³ e 387.407.413m³, respectivamente.
No Rio Grande do Norte, seis açudes estão sangrando. São eles: Dourado, em Currais Novos; Gargalheiras, em Acari; Santa Cruz do Trairi, no município de Santa Cruz; Sossego, em Rodolfo Fernandes; Tesoura, em Francisco Dantas; e Trairi, no município de Tangará. O Estado potiguar comemora, pois além dos açudes que estão sangrando, outros 15 estão com capacidade acima de 50%, dentre esses, quatro com mais de 90%, prestes a sangrar, vai depender das próximas chuvas.
Para os nordestinos, ver os açudes sangrando é motivo de alegria e esperança. Estes marcos representam prosperidade para as comunidades do sertão e o DNOCS trabalha incansavelmente para garantir a segurança hídrica da população sertaneja.
DNOCS
O DNOCS é uma instituição centenária que trabalha para viabilizar o convívio do homem com a seca. São anos de muita luta para garantir segurança hídrica a todos os estados do Nordeste e norte de Minas Gerais, áreas de atuação da autarquia. E um dos trabalhos do DNOCS está ligado, diretamente, à construção de barragens e também ao monitoramento de muitas delas.