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Colheita de cana-de-açúcar - Foto: Reprodução/Nordeste Rural
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sexta-feira 30 de setembro de 2022 às 05:41h

Açúcar tem prêmio de 30% sobre etanol e deve seguir remunerador, diz São Martinho

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O setor sucroengergético tem conseguido prêmios 30% superiores com a venda de açúcar ao invés de etanol, uma vez que o preço do biocombustível caiu na esteira de queda das cotações do petróleo e das reduções tributárias, disse nesta quinta-feira o CFO da São Martinho, Felipe Vicchiato.

Durante evento promovido pelo BTG Pactual, ele afirmou que a tendência é de preços globais favoráveis ao adoçante, puxados pela política do governo indiano, que pretende elevar a mistura de etanol na gasolina até 2025.

“Quando olhamos o prêmio, o setor consegue 30% a mais na venda de açúcar”, disse o executivo.

“Essa agenda da Índia, em misturar o etanol à gasolina, deve fazer com que os preços do açúcar fiquem em patamar bastante remunerador para o setor… O açúcar está em um vento a favor e está bem remunerador para o mercado brasileiro”, acrescentou.

Segundo o executivo de uma das maiores companhias do setor no país, o mercado físico do adoçante no Brasil está “bastante apertado”, em decorrência do recuo na produtividade dos canaviais causado por uma seca que atingiu as lavouras nos últimos dois anos –o que também influencia os preços.

Rafael Abud, CEO da FS, empresa mais focada na produção de etanol de milho, lembrou que a safra 2022/23 começou “bem mais alcooleira”. Mas no decorrer dos meses as usinas do setor foram alterando a destinação da matéria-prima para incrementar a produção de açúcar.

“Ao longo do tempo o etanol foi perdendo competitividade”, disse ele também durante o evento.

Para o diretor da São Martinho, a queda nos preços do etanol teve dois grandes fatores: a mudança na tributação de combustíveis e o recuo nas cotações externas do petróleo.

Ele lembrou que a Petrobras promoveu cortes nos preços da gasolina nas refinarias que pressionaram os valores do etanol, mas dos 25% de queda nos preços do biocombustível, a influência da gasolina responderia por 13% a 14%, “e o restante é questão tributária”, disse.

“Agora o setor vai ter que enfrentar isso”, ressaltou Vicchiato sobre o cenário de preços do etanol.

No caso da São Martinho, segundo o executivo, a estratégia para lidar com as adversidades no mercado do biocombustível é reduzir seus custos com melhora na produtividade da cana.

Atualmente, as produtividades da companhia estão em patamares considerados baixos pelo CFO, em torno de 70 toneladas por hectare, mas a expectativa é de recuperação.

“No momento em que a gente renovar para a média, que a gente consegue chegar em torno de 80 a 85 toneladas por hectare, a gente consegue reduzir bastante esse meu custo unitário e ser mais competitivo”, disse.

Ele ainda pontuou que nas últimas semanas houve um volume elevado de chuvas nas regiões produtoras, fator muito importante neste momento para o desenvolvimento dos canaviais.

Além disso, se depois destas chuvas vier um verão em padrões climáticos normais, a cana-de-açúcar tende a ganhar peso e tamanho na próxima temporada.

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