Conforme o portal Bahia Notícias, os dois “grandes eleitores” da Bahia em 2020 terão Salvador como campo de batalha simbólico. ACM Neto (DEM) tentará fazer o sucessor, com a aposta no atual vice, Bruno Reis (DEM). Já Rui Costa (PT), até aqui, coloca suas fichas na candidatura de Major Denice (PT). Como os dois afilhados não têm o mesmo “brilho” político dos padrinhos, será um teste relevante sobre a transferência de votos na capital baiana. Em outras eleições, esse embate não tinha nenhum dos dois “pegando pela mão” um candidato para render nas urnas.
Será uma disputa também narrativa. De um lado, o prefeito que “transformou Salvador”, segundo as próprias definições. Do outro, o governador “que foi o melhor prefeito de Salvador”, para roubar a ironia malfeita dos aliados. Ambos têm um histórico de intervenções na capital, porém a maior parte delas constando como um saldo positivo para ACM Neto – o prefeito tende a herdar com facilidade as obras e as execuções de projetos que atingem o dia a dia da população. Qual deles vai estar no topo do pódio, o Palácio Thomé de Souza?
Em 2018, os candidatos do prefeito ficaram longe de ter resultado favorável em Salvador. Rui nadou em mares tranquilos, com uma vitória “acachapante”. Dois anos antes, o governador não teve chances na capital. ACM Neto “liquidou” os adversários com um percentual alto na reeleição. Porém os dois “grandes eleitores” eram personagens do processo. Em 2020, não. O ritmo da transferência dos votos será determinante para entender, inclusive, como poderão se comportar as urnas nos próximos pleitos baianos.
Segundo a publicação, Bruno Reis é um candidato consolidado, especialmente na comparação com Major Denice. Com êxito em eleições para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o vice está fora das urnas como protagonista desde 2014. Compensou isso atrelando a figura dele à de ACM Neto. Isso o coloca à frente nas pesquisas de opinião realizadas até agora. Sinal de que o prefeito conseguiu transferir um pouco a concepção de que Bruno Reis é uma continuidade do projeto dele. Já Rui, em meio à pandemia, não conseguiu colocar em prática esse projeto.
E possivelmente não vai ter tempo. Major Denice foi “imposta” pelo governador nos primeiros dias de isolamento social. Sem a campanha na rua, a estratégia petista foi usar plataformas de redes sociais, sem o engajamento necessário para conversão de votos – pelo menos numa visão bem primária. Então, para conseguir algum tipo de resultado positivo, Rui terá que fazer muito mais esforço do que o prefeito. Quem vencer em novembro terá aumentado o cacife para 2022. Não será uma garantia de repeteco de agora, mas será um bom ensaio para assistir.