Em entrevista nesta última quarta-feira (5) ao BNews, o presidente nacional do DEM, e ex-prefeito de Salvador ACM Neto, falou sobre tratativas e estratégias para o processo eleitoral de 2022.
Confira trechos:
Como estão as conversas com Ciro Gomes? Há a possibilidade de Mandetta ser um vice na conjuntura dessa chapa?
ACM Neto: Olha, é cedo para falar. Primeiro, a gente estabeleceu dentro do DEM que o assunto 2022 no campo nacional só será tratado mais abertamente a partir do segundo semestre. Nós temos que respeitar a agenda do país que neste momento é a agenda da pandemia. É a prioridade absoluta do país. Mandetta é um dos nomes que a gente precisa considerar nesse tabuleiro, talvez um dos mais importantes. Eu já disse aqui várias vezes que eu tenho uma excelente relação com o ex-ministro Ciro Gomes, mantenho um diálogo com ele bastante fluído de várias questões do país. Muitas coisas concordamos. Nem tudo, mas muitas coisas concordamos. Agora, não dá para gente especular agora sobre uma aliança nacional, sobre composição de chapa, quem sai na cabeça e quem sai na vice, tudo muito cedo. Como presidente do partido eu tenho que ter o cuidado, compreendendo a minha posição, porque qualquer membro do DEM pode falar por si, eu sou o único que não tenho como separar a minha opinião do todo, do coletivo. Então assim, nós não abrimos essa discussão ainda. O nome do Mandetta é um nome que qualquer rodada de discussão política sempre vai ser lembrado pelo que ele representa e pela musculatura que ganhou do ponto de vista nacional, agora isso vai ser tratado na hora certa.
Tem negociação com o partido Progressista para 2022?
ACM Neto: Neste momento, nenhuma, nenhuma negociação. E na minha estratégia eu não vou ficar esperando ou contando com o que pode ou não acontecer com partidos que estão hoje na base do Governo do Estado. Isso não quer dizer que a gente não possa dialogar, ao contrário, a política é feita desta forma e eu, mais do que todo mundo, valorizo a democracia e a importância do diálogo. Então, tenho uma excelente relação com vários membros do Partido Progressistas, tanto na Bahia como aqui em Brasília. Mas hoje não existe nenhuma negociação. Não existe nenhuma conversa na mesa. E a minha prioridade é, antes de tudo, montar o meu time, organizar a minha equipe. Nós já temos hoje uma quantidade de partidos bem razoável, com lideranças com densidade política. Se vai ou não acontecer algum tipo de diálogo lá adiante com partidos que estão na base do governo, eu não sei, mas hoje esse diálogo não existe e uma coisa é certa a minha prioridade hoje está dentro da organização dos partidos que já integram a nossa base política na Bahia.
A formação da sua chapa majoritária em 2022 tem como premissa ter nomes jovens para de alguma forma tentar concorrer com os eventuais cabelos brancos que vão ter do outro lado?
ACM Neto: [Risos] Ah, vamos ver, a gente, é, eu não, eu não abri ainda essa discussão. Eu sequer, nesse momento, ainda confirmei uma pré-candidatura ao governo. Eu tenho dito, bom, antes de tudo é a vontade de Deus. Ponto. Eu sou uma pessoa de muita fé, muito religioso, então, não abro mão disso. Segundo, uma coisa é fato, eu não tenho opção, eu não tenho outra alternativa, eu não analiso a hipótese de outro projeto, então o meu foco todo é no sentido de, no momento certo, definir uma pré-candidatura ao governo e se as coisas avançarem bem, se as condições forem favoráveis, depois confirmar uma candidatura ao governo. Primeiro uma pré-candidatura, depois uma candidatura. Mas, na medida que nem o primeiro passo ainda foi dado, não há porque falar em composição nesse momento, ou mesmo entrar no detalhe de perfil. Uma coisa é certa, independentemente de quem vai ou não integrar uma eventual chapa minha no próximo ano, a comparação entre o passado e o futuro será inevitável. Não é apenas por questão de idade, até porque eu não teria jamais esse preconceito em relação a idade. Mas é por uma questão de visão, é por uma questão de que, de um lado você vai ter um projeto que acumula dezesseis anos de exercício de poder na Bahia e do outro lado você vai ter a possibilidade de algo novo, diferente, mais arrojado, com uma ambição de devolver à Bahia uma posição de liderança, de pensar fora da caixa, de trazer novos modelos, de fazer uma gestão contemporânea, de vanguarda. Então, esses valores pra mim, eles vão inevitavelmente se contrapor. E isso acabará impondo uma clara comparação entre dois modelos, um modelo do passado e um modelo do futuro. Ponto. Agora, como vai se dar, quais vão ser os critérios, a forma de composição aí é outra história.