O acelerador de partículas brasileiro Sirius será importante no reforço para a cooperação científica com a Itália, explicou o embaixador do Brasil em Roma, Hélio Ramos, durante a apresentação da maior e mais complexa infraestrutura científica construída pelo Brasil.
“O acelerador Sirius de última geração oferece oportunidades promissoras para a cooperação científica bilateral. Os cientistas brilhantes que trabalham no Brasil e na Itália têm um diálogo frutífero e tradicional”, disse Ramos durante um seminário realizado na embaixada brasileira em Roma, na Praça Navona.
O fórum, chamado “O acelerador de partículas Sirius: novas ferramentas para o estudo de materiais complexos” e organizado pela delegação diplomática brasileira e pelo Instituto Ítalo-Latino-Americano (IILA), reuniu importantes cientistas de ambos os países.
Salvatore Mele, assessor principal para as Relações com os Países da América Latina na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN); o professor Atish Abdolkhar, diretor do Centro Internacional de Física Teórica (ICTP), e o diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Harry Westfahl, estiveram entre os participantes.
“A Itália tem sido fundamental para o desenvolvimento da ciência no Brasil. Vários cientistas e pesquisadores utilizam o Sirius brasileiro e temos várias parcerias e colaborações tecnológicas entre os dois países. Estou certo de que novas oportunidades científicas serão consolidadas graças à política internacional”, disse Westfahl.
O director do LNLS acrescentou que o intercâmbio acadêmico entre os dois países deverá aumentar após a criação durante o fórum da “Diáspora”, a nova rede de pesquisadores brasileiros na Itália.
O principal objetivo do seminário era apresentar Sirius à comunidade científica italiana e, desta forma, promover a imagem do Brasil como um país inovador, com capacidade para implementar a fronteira global do conhecimento científico, disseram à Agência EFE os organizadores do evento.
O projeto consiste em três aceleradores eletrónicos de quarta geração, que geram luz extremamente brilhante – conhecida como luz síncotron – capaz de revelar as estruturas de materiais como proteínas, vírus, rochas, plantas e ligas metálicas, em ações semelhantes à radiação de raios X.
Sirius é uma das poucas fontes de luz síncotron de quarta geração no mundo e está localizado na cidade de Campinas (SP).
Na prática, Sirius pode ajudar no diagnóstico, cura e tratamento de doenças como o vírus da zika, doenças tropicais e até mesmo doenças degenerativas como o Alzheimer, assim como no estudo da agricultura e da exploração de petróleo.