sexta-feira 28 de junho de 2024
Com a aposentadoria de Lewandowski, processo passou para a guarda de Edson Fachin, mas pode ser redistribuído em caso de indicação do Zanin Carlos Moura/SCO/STF/Cristiano Mariz/O Globo/Marcos Alves / Agencia O Globo
Home / DESTAQUE / Ação que minou Lava-Jato tem destino incerto após aposentadoria de Lewandowski
domingo 23 de abril de 2023 às 08:52h

Ação que minou Lava-Jato tem destino incerto após aposentadoria de Lewandowski

DESTAQUE, JUSTIÇA, NOTÍCIAS


Usado para rever decisões da Operação Lava-Jato, um processo em análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF) tem futuro incerto segundo matéria de Daniel Gullino, do O Globo, após a aposentadoria do seu relator, o ministro Ricardo Lewandowski. Com base nesses autos, pedidos de anulação de ações penais aguardam para serem apreciados, mas há dúvida sobre quem vai herdar a causa.

O ponto central da ação são as provas produzidas no acordo de leniência da Odebrecht. Lewandowski conferiu diversas decisões considerando inválidos os elementos extraídos do acordo. No decorrer da tramitação, o processo também passou a tratar das mensagens de integrantes da Lava-Jato obtidas na Operação Spoofing, que mirou nas relações impróprias entre procuradores e magistrados.

O primeiro a ser beneficiado foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda em 2021. Depois disso, outros investigados pediram a extensão dos efeitos.

Já foram contemplados o vice-presidente Geraldo Alckmin, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, os ex-ministros Edison Lobão e Paulo Bernado, o empresário Paulo Skaf, o operador Rodrigo Tacla Duran e o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, entre outros.

Casos pendentes

Em alguns casos, Lewandowski apenas suspendeu a tramitação de inquéritos e ações penais. Em outros, determinou o trancamento, ou seja, encerrou definitivamente os processos; casos de Lula e Alckmin.

Estão na fila políticos como o ex-governador do Rio Anthony Garotinho, o deputado federal Beto Richa (PSDB-PR), o ex-deputado Lúcio Vieira Lima (MDB) e até o ex-vice-presidente do Equador Jorge Glass.

Com a saída de Lewandowski, houve uma reviravolta. Até que seu sucessor seja nomeado, a ação foi distribuída temporariamente ao ministro Edson Fachin. Fachin, no entanto, é justamente o relator da Lava-Jato, e costumava divergir de Lewandowski na maioria dos casos da operação.

Na semana passada, Fachin fez uma consulta à Presidência do STF para saber se ficaria de fato com o processo de forma temporária — investigados apelaram ao regimento da Corte para sustentar que era necessária a redistribuição. Ainda não houve resposta.

O favorito para ocupar a vaga aberta com a aposentadoria, e que herdará os processos de Lewandowski, é o advogado Cristiano Zanin, justamente o responsável por propor a ação, como defensor de Lula. Em razão disso, dificilmente não vai se declarar impedido neste caso. Nesse cenário, haveria uma nova reviravolta, com necessidade de nomeação de outro relator.

Veja também

MME destaca iniciativas brasileiras para a transição energética em fórum mundial do agronegócio

Ministério de Minas e Energia (MME) participou do painel Biocombustíveis e Descarbonização durante o Global …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!