O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse em entrevista a Andréia Sadi, apresentadora do Estúdio i, da GloboNews, que a operação da Polícia Federal desta quinta-feira (25) contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), é perseguição ao partido por causa da presença, nele, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Isso está claro, a perseguição que estão fazendo no PL por causa do Bolsonaro. Isso é uma perseguição”, disse Valdemar nesta quinta-feira (25) ao blog da Andréia Sadi.
Ramagem é alvo da operação Vigilância Aproximada, que investiga o uso ilegal da ferramenta de espionagem FirstMile pela Abin.
A suspeita é que, durante o governo Bolsonaro, a agência – que era chefiada por Ramagem, um amigo próximo da família Bolsonaro – tenha usado o software para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas e cidadãos comuns.
‘Falta de autoridade do Congresso’
Ramagem é o segundo deputado federal do PL a ser alvo de operação da PF em uma semana. Na quinta-feira passada, 18 de janeiro, a corporação fez buscas na Câmara dos Deputados contra o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), numa investigação sobre os atos antidemocráticos.
Tanto a operação contra Ramagem com o a contra Jordy foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes.
“Esse negócio de ficar entrando nos gabinetes é uma falta de autoridade do Congresso Nacional. O presidente do Congresso Nacional [Rodrigo Pacheco] não reage”, afirmou ao blog. “O presidente do Congresso Nacional deveria ter a coragem de fazer o impeachment do Alexandre de Moraes, de afastar ele do Supremo, porque é uma vergonha o que ele está fazendo com nossos deputados e outros deputados também.”
Questionado se a operação frustas os planos de lançar Ramagem candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, Valdemar nega.
“Isso é pura perseguição. E pode acabar elegendo o Ramagem com mais facilidade no Rio de Janeiro.”
Aliados de Bolsonaro temem que Heleno seja o próximo alvo
A operação desta quinta-feira (25) levantou a suspeita, entre aliados de Bolsonaro, de que o próximo alvo das investigações seja o general Heleno, que comandou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o mandato do ex-presidente.
A Abin, de de Ramagem, era subordinada ao GSI, de Heleno.