A Agência Brasileira de Investigação (Abin) abriu apuração nesta segunda-feira (29) sobre supostos computadores da entidade que teriam sido apreendidos em endereços de suspeitos de arquitetar um esquema ilegal na agência, durante o governo Jair Bolsonaro, para espionar desafetos.
Nesta segunda, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), a assessores do político e a assessores do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ), atual deputado federal.
Computadores foram apreendidos nesses endereços – e, segundo a apuração inicial da PF, pelo menos uma dessas máquinas pertence à Abin.
A agência confirmou à GloboNews que abriu apuração para tentar identificar se, de fato, esses computadores pertencem à agência – e, caso sim, se eles foram utilizados para o suposto esquema de espionagem ilegal.
Na casa de um militar que assessorou Ramagem na Abin, por exemplo, a Polícia Federal encontrou 10 celulares, três computadores, uma arma e um HD externo.
Em buscas na internet, o nome de Giancarlo Gomes Rodrigues aparece como militar do Exército, vinculado a batalhões no Rio e com passagem também pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Michel Temer.
Investigadores afirmaram à GloboNews que o militar é casado com uma servidora da Abin – o que poderia justificar a presença de um equipamento da empresa na residência do casal. Essas informações ainda serão confirmadas ao longo da investigação.
A Abin também afirmou ao blog da Camila Bomfim que colabora com as investigações e que, se acionada pela PF, vai fornecer as senhas dos supostos equipamentos da agência que tiverem sido apreendidos.