domingo 22 de dezembro de 2024
Da esquerda para a direita: Maxcione Pitangui, Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio — Foto: Reprodução
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sábado 5 de agosto de 2023 às 09:03h

A vida no exterior de influenciadores bolsonaristas que enfrentam processos no Brasil

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Com prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo menos três influenciadores bolsonaristas vêm buscando refúgio no exterior, diz reportagem do jornal O Globo. Acusados de envolvimento com atos considerados como antidemocráticos, eles seguem compartilhando a própria rotina em território estrangeiro nas plataformas digitais.

Oswaldo Eustáquio

Foragido desde dezembro, o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio foi localizado pela Polícia Federal em março, no Paraguai. Apesar de Moraes ter determinado a prisão, o mandado não foi cumprido porque ele teria apresentado um documento para provar que pediu asilo político no país.

O jornalista já havia sido preso em 2020 e em 2021, no âmbito do Inquérito dos Atos Antidemocráticos, que tramita no STF. No ano passado, ele se candidatou a deputado federal pelo União Brasil, mas não se elegeu.

O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio já foi preso em duas oportunidades — Foto: Reprodução/Instagram
O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio já foi preso em duas oportunidades — Foto: Reprodução/Instagram

Em julho, Alexandre de Moraes determinou a inclusão do nome de Eustáquio na lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Ainda assim, o blogueiro diz que vem ao país com frequência para visitar a família, no interior do Paraná, e até para ir ao estádio torcer pelo Athletico Paranaense. Em um dos retornos ao Paraguai, ele afirma ter levado R$ 300 mil em espécie escondidos em uma capa de laptop.

Eustáquio dividia apartamento com o youtuber bolsonarista Bismark Fugazza, do canal ‘Hipócritas’, que foi preso pela polícia paraguaia e levado às autoridades brasileiras na Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao país vizinho. Após ficar 90 dias atrás das grades, o criador de conteúdo foi solto por ordem de Moraes, em junho.

Maxcione Pitangui

Suspeito de organizar e incentivar atos antidemocráticos, o radialista capixaba Maxcione Pitangui de Abreu, foragido desde dezembro de 2022, após ter a prisão decretada por Moraes, fez um pedido de refúgio no Paraguai no início de julho e obteve um documento que autoriza sua permanência provisória no país. A Polícia Federal do Espírito Santo confirmou a veracidade do documento, compartilhado por Max Pitangui e seu advogado nas redes sociais. Em 2022, ele foi candidato a deputado estadual no Espírito Santo pelo PTB, mas também não obteve votos suficientes.

No dia 15 de dezembro, ele e outros três capixabas foram alvos de uma operação da PF por organizarem e incentivarem atos antidemocráticos no pós-eleição. Desde então, ele é considerado foragido pela Justiça brasileira.

Maxcione Pitangui foi candidato a deputado estadual no ES e encontra-se foragido no Paraguai — Foto: Reprodução
Maxcione Pitangui foi candidato a deputado estadual no ES e encontra-se foragido no Paraguai — Foto: Reprodução

Pelas redes sociais, Pitangui fez, segundo as autoridades, campanha contra o processo eleitoral e a favor de um golpe militar. O radialista também protagonizou ataques ao Ministério Público do Espírito Santo, órgão responsável por fazer o pedido de prisão ao STF.

O documento obtido por Pitangui tem validade de 90 dias, tempo no qual o pedido de refúgio será avaliado pela Comissão Nacional de Apátridas e Refugiados (Conare) do Paraguai. Nesse período, ele tem autorização de permanecer no país, além de poder desempenhar atividades remuneradas e ter acesso garantido a serviços básicos de saúde e educação.

Allan dos Santos

A extradição do blogueiro Allan dos Santos, que vive nos Estados Unidos, está paralisada há mais de seis meses, quando o governo Lula retomou o processo para conseguir trazê-lo ao Brasil. Santos é considerado foragido da Justiça brasileira desde que teve a prisão preventiva decretada por Moraes, em outubro de 2021.

Em janeiro, o Ministério da Justiça acionou as autoridades norte-americanas por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI). A Polícia Federal, por sua vez, voltou a procurar o escritório da Interpol (Organização de Polícia Internacional) para incluir o nome dele na chamada difusão vermelha. Nenhum dos pedidos jamais foi aceito pela Interpol.

Allan dos Santos em entrevista ao Monark Talks — Foto: Reprodução
Allan dos Santos em entrevista ao Monark Talks — Foto: Reprodução

Dentro da pasta, comandada pelo ministro Flávio Dino, o caso é tratado com pessimismo. Os crimes atribuídos a Santos não são listados no tratado de extradição que o Brasil tem com os Estados Unidos. Também há uma percepção de que, se os EUA quisessem tê-lo deportado, já o teriam feito pelo fato de ele estar com o passaporte cancelado desde o fim do ano passado.

Morando na Flórida, nos EUA, Allan dos Santos afirmou em uma entrevista ao podcast de Monark —, em 10 de julho, que continua vivendo normalmente no país, sem nunca ter sido incomodado pelas autoridades.

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