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O general Marcos Amaro, ministro do GSI - Fotos de Cristiano Mariz
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sábado 6 de maio de 2023 às 06:43h

‘A segurança física do Palácio do Planalto é muito deficiente’, diz novo ministro do GSI

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O novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Marcos Amaro, afirmou em entrevista a Sérgio Roxo e Thiago Bronzatto, do O Globo, que o órgão voltará a cuidar da proteção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após os atos golpistas de 8 de janeiro, o governo transferiu a função para a nova Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata, formada por policiais federais. A decisão, na época, foi tomada para que a pasta pudesse ser reformulada, exonerando militares nomeados no governo de Jair Bolsonaro.

Nesse processo de mudanças no órgão, Amaro diz ainda que pretende reforçar as instalações do Palácio do Planalto para evitar uma nova invasão e reconhece que segurança física da sede do Executivo tem problemas. A seguir, os principais trechos da entrevista.

O senhor defende a unificação da segurança presidencial, hoje sob responsabilidade de uma secretaria ligada à Polícia Federal. Os militares vão voltar a fazer a proteção do presidente?

Há uma sinalização do presidente de que essa segurança imediata vai retornar para o GSI . Hoje, há a quebra de um fundamento, que é a unidade de comando. Quando o presidente chega para um evento, 80% da segurança já está estabelecida antecipadamente. Não é a segurança imediata. Já foi feito o credenciamento de quem vai ficar mais próximo do presidente, a verificação dos antecedentes do garçom que vai levar a água… E quem faz isso é o GSI.

E quando isso vai ocorrer ?

A Secretaria de Segurança Imediata vai funcionar até junho. É o prazo limite. A não ser que o presidente resolva postergar um pouco.

Como o senhor avalia a atuação do GSI nos ataques golpistas de 8 de janeiro?

Quando acontece uma tragédia, não há um único fator. Foi problema só do GSI? Só no Palácio do Planalto que aconteceu a invasão? Não. Ocorreu também no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal. Houve uma falha sistêmica. Agora, ocorrida essa falha, poderia ter havido uma solução no Planalto? Talvez, sim. Certamente ocorreram falhas locais de comunicação, de análise de risco. Isso está sendo apurado em sindicância.

Dois dias antes dos atos golpistas, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) emitiu um alerta sobre risco de ações violentas em edifícios públicos. Na véspera dos ataques, a PF produziu um relatório falando claramente que haveria ações para danificar as sedes dos três Poderes. Isso não seria suficiente para mudar a análise de risco em relação à segurança do Planalto?

Teria que ser avaliado. Não tenho condições de emitir uma avaliação. São vários fatores.

Ricardo Cappelli, ex-ministro interino do GSI, afirmou que recebeu a missão de despolitizar o GSI. Esse processo foi concluído?

Parece que sim. Vamos continuar avaliando alguma eventual exoneração, mas não vejo uma necessidade imediata. Ao longo do tempo, podemos ver se existe alguma incompatibilidade. Uma das atribuições que tenho é restabelecer a plenitude da institucionalidade desse órgão. As Forças Armadas são organismos de Estado. O GSI também deve ser e jamais deveria ter perdido essa institucionalidade. Não se pode permitir manifestações partidárias aqui dentro.

Ainda há militares com ligações políticas no GSI?

Creio que não existe e que não aparecerá nenhum problema nesse sentido. O Exército é cuidadoso quando envia os quadros para cá, especialmente neste momento. O presidente não me impôs nada nesse sentido, mas recomendou trazer um número maior de civis para o GSI. Vou fazer isso. Talvez possamos em cargos de chefia colocar mais alguns civis.

A Abin foi transferida do GSI para a Casa Civil. Qual será o destino da agência?

A Abin fica onde está, até segunda ordem.

Haverá mudanças no sistema de inteligência e na proteção ao Palácio do Planalto?

O presidente já sinalizou a intenção de ter uma estrutura que congregue todas as informações que interessam à segurança. Isso é fácil de fazer. E como houve essa ocorrência do 8 de janeiro, temos que considerar que a segurança física do Palácio do Planalto é muito deficiente. A rua está a 30 metros da vidraça. Podemos pensar na viabilidade arquitetônica e econômica de uma solução que não deixe o Palácio muito feio e que auxilie na proteção.

Há possibilidade de blindar os vidros do Planalto?

Quero propor essa solução.

Como o senhor classifica hoje o risco de segurança do presidente?

Tem que fazer uma avaliação de risco em cada evento. Mas hoje a segurança do presidente está num nível bem razoável. Se houver aumento da sinalização de uma ameaça, tem que aumentar o nível de segurança.

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