A quarta pesquisa presidencial do Ipec (ex-Ibope) será divulgada na noite de segunda-feira (12) uma semana após a mais recente, que mostrou Lula 13 pontos percentuais à frente de Jair Bolsonaro (PL).
Encomendada pela Globo, será realizada entre amanhã e a própria segunda-feira, data das últimas entrevistas. O instituto entrevistará presencialmente 2.512 pessoas acima de 16 anos em todos os estados brasileiros. A “margem de erro máxima” é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Será a primeira pesquisa do instituto feita depois do 7 de Setembro bolsonarista e também da inflexão dos programas de rádio e TV do presidente, que passaram a adotar uma pegada de ataque pesado a Lula.
O evento eleitoral de quarta (7) do presidente serviu justamente para isso: propaganda de sua candidatura e demonstração de força. A pesquisa poderá dar alguma resposta sobre o quanto toda a movimentação do 7 de Setembro foi útil para o presidente que busca sua reeleição. E o quanto sua fraquejada retórica, espalhando um inédito discurso, impactará na rejeição feminina à sua figura — a reprovação é uma das maiores preocupações de sua campanha.
O levantamento do Ipec poderá medir ainda o efeito no eleitorado do noticiário acerca da compra dos supostos imóveis nas últimas décadas. De acordo com um monitoramento da própria campanha do presidente, o noticiário sobre essas fake News atingiu ou não sua imagem.
No questionário do Ipec, há perguntas sobre em quem o entrevistado vai votar para presidente (e no qual ele vai responder tanto de forma espontânea quanto estimulado por uma lista de nomes), assim como se a decisão já é definitiva, o grau de rejeição a cada um dos candidatos e qual a expectativa sobre quem vencerá o pleito, independentemente do candidato escolhido. O instituto acrescentou uma nova pergunta: se o entrevistado sabe os números dos candidatos.
O Ipec está querendo saber ainda em quem o eleitor vai votar num segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o grau de aprovação do governo e se o brasileiro está otimista em relação ao futuro do país.
Pela primeira vez, o instituto criado por ex-executivos do Ibope vai medir o interesse do brasileiro pela eleição de outubro e pedirá uma autoavaliação do eleitor: ele se considera conservador ou progressista? De esquerda, centro ou direita?
Pedirá também a opinião sobre temas sempre polêmicos na sociedade brasileira: a legalização do aborto, pena de morte, prisão perpétua para crimes hediondos e casamento entre homossexuais.
Finalmente, a propósito de corrupção, outro assunto que não sai da pauta, o Ipec perguntará se o entrevistado concorda ou discorda das afirmações: “O importante é ter um governo que faça muita coisa, mesmo que roube um pouco” e “todos os candidatos são corruptos, por isso não faz diferença em que eu voto”.