Depois de perder o PP na Bahia, o ex-presidente Lula determinou segundo Nonato Veigas, no Bastidor, que o PT tenha muita atenção às alianças locais, sobretudo em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, três dos maiores colégios eleitorais do país. Ele teme perder aliados e palanques.
A preocupação é com a ideia difundida entre parceiros políticos de que o PT não abre espaço para aliados nem quando não está bem eleitoralmente. É o caso do PT do Rio de Janeiro.
No estado, o PT, historicamente, não tem voto para ocupar o Palácio Guanabara. Ainda assim, na avaliação de aliados, é sempre difícil fechar um acordo com a legenda.
O prefeito Eduardo Paes e seu PSD, por exemplo, decidiram fechar um acordo com o PDT de Ciro Gomes, que trabalha justamente com essa característica do partido de Lula para tentar atrair aliados em nível regional.
Ainda no Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, do PSB, encontra dificuldades com o PT.
Embora Lula já tenha dado declarações de apoio à candidatura a governador do deputado, o PT fluminense está dividido sobre aderir ou não à campanha de Freixo.
De acordo com gente inteirada das conversas, corre o risco de o PT perder o bonde do PSB e ficar de fora e Lula, sem um palanque competitivo.
Em Pernambuco, o senador Humberto Costa já decidiu desistir de sua candidatura para o governador em favor do PSB, mas as conversas entre os partidos não estão resolvidas e corre o risco de dar água.
Sem falar de São Paulo, em que Fernando Haddad não conseguiu o apoio do PSB de Márcio França, que tenta tirar os partidos de centro-esquerda do guarda-chuva petista e ainda ameaça dar palanque a Ciro Gomes em vez de Lula.