A PEC da transição é o “racha da vez” no PL, partido do presidente Bolsonaro. Enquanto a ala mais moderada defende de acordo com a colunista Bela Megale, do O Globo, que a legenda vote a favor de uma proposta que mantenha o Bolsa Família de R$ 600 mensais, a base radical do presidente quer ir contra essa e qualquer proposta que beneficie o governo Lula.
O movimento para tentar derrubar a medida, nos bastidores, é feito internamente por nomes como os dos deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP), segundo correligionários da legenda. Os moderados, no entanto, defendem que, como o benefício no valor de R$ 600 foi promessa de campanha do próprio Bolsonaro, é preciso liberar espaço no orçamento de 2023 para que ele se concretize.
O senador e líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), já disse ao jornal, que o PL é favor de uma exceção apenas para garantir os R$ 200 adicionais. Há, no entanto, um movimento interno entre os radicais da sigla contra essa proposta. Diante disso, integrantes do partido preveem uma disputa ao longo da semana sobre a PEC e avaliam que ela servirá de “teste” para mostrar qual lado tem mais força.
Este não é o primeiro tema que divide a base radical bolsonarista e a ala política do PL. Como informou a coluna, os primeiros chegaram a defender a realização de um movimento para pressionar o Senado a adotar pautas incendiárias, como a pressão pelo impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, enquanto moderados defendem uma oposição “consistente” e de diálogo.
A PEC será analisada nesta terça-feira na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) e será votada no plenário na quarta-feira.