Integrantes do governo Lula e do PT definiram uma estratégia segundo Bela Megale, em sua coluna no O Globo, para lidar com Sergio Moro (União-PR) como senador eleito no Congresso Nacional. O plano é ignorar ao máximo o ex-juiz e não entrar em embates que permitam que Moro se cacife para um papel de liderança da oposição.
Em paralelo, congressistas do PT e aliados de Lula atuarão para bloquear iniciativas de caráter punitivista que Moro tente gestar como senador. A ideia é trabalhar para deixar o ex-juiz “isolado e sem influência política”. Por isso, boa parte das lideranças petistas defende que Moro seja ignorado e que o governo e parlamentares que apoiem Lula evitem entrar em confrontos que deem espaço ao ex-juiz.
Há ainda a avaliação de que Moro tem pouca habilidade de articulação política e que seu próprio perfil dificulta que ele encarne uma liderança contra o governo.
Outro fator pesa contra os planos de Moro de ser um expoente da oposição: seu partido, o União Brasil, que avalia integrar a base de Lula.
Na semana passada, o presidente da sigla, Luciano Bivar (PE), teve uma reunião com a presidente do PT e coordenadora da transição de governo na área de articulação política, Gleisi Hoffmann (PR). Além dele, outros nomes da legenda, como o ex-presidente do Senado Alcolumbre (União-AP), atuam nos bastidores para que o União Brasil apoie Lula.