O presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados mudaram de acordo com a colunista Bela Megale, do O Globo, sobre o discurso de delação de Mauro Cid.
Quando veio à tona a homologação do acordo de delação de seu ex-ajudante de ordens, Bolsonaro se recusava em acreditar que a tratativa o envolvia diretamente, diz a coluna.
O ex-presidente, de acordo com a publicação, passou a desconfiar que, de fato, era a peça central da delação, quando o conteúdo do acordo começou a ser revelado. Um deles foi publicado pela coluna, que informou que Cid contou, em sua delação, que o ex-presidente se reuniu com comandantes das Forças Armadas para debater uma minuta golpista, após ser derrotado por Lula.
Dois meses depois de o ex-ajudante ter firmado seu acordo com a Polícia Federal, Bolsonaro mudou a versão. Agora, passou a dizer que os fatos teriam sido “inventados” por Cid, para se “livrar” dos erros que o ex-presidente atribui ao próprio tenente-coronel.
Uma das maiores irritações do clã Bolsonaro é o fato de o militar ter preservado o conteúdo de seu telefone celular. A conduta é oposta à de Jair Bolsonaro, que não fala nada comprometedor pelo telefone.
O repórter do “UOL” Aguirre Talento revelou um novo trecho da delação de Cid. Na reportagem, informa que o ex-judicante de ordens contou que Bolsonaro queria esconder, no Palácio da Alvorada, alvos da PF.
O ex-presidente e seu entorno negam a informação e colocam a culpa em Cid, apontando o ex-aliado e agora algoz como o elo com os radiciais que formavam a base bolsonarista.