A Quaest começou ontem sua pesquisa bimestral de avaliação do governo do presidente Lula da Silva (PT). Segundo a coluna de Lauro Jardim, do O Globo, até terça-feira (9) serão ouvidas 2.045 pessoas presencialmente em todos os estados brasileiros. A pesquisa será concluída na quarta-feira (10).
A pesquisa anterior foi feita no início de maio e mostrou um país dividido: 50% dos entrevistados aprovavam o trabalho de Lula e 47% desaprovam. Foi a primeira vez que o percentual dos que aprovavam e desaprovavam empatou tecnicamente (a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais). Quando os entrevistadores da Quaest perguntaram se o Brasil caminhava na direção certa ou errada, 49% disseram que o país estava no rumo errado; e 41% responderam que seguia o itinerário correto.
Mas isso foi há dois meses. Tempo suficiente para o humor mudar. Para melhor ou para pior. O que esperar da pesquisa Quaest deste início de julho?
O Palácio do Planalto tem apostado alto em duas frentes para que a aprovação e a confiança em Lula cresçam: as entrevistas do presidente, que desde a dada à CBN no mês passado, têm sido quase diárias, e a série de viagens de Lula pelo país, entregando obras (ou, na maioria das vezes, anunciando o início delas).
Nas nove entrevistas ao vivo dadas neste período, Lula escorregou diversas vezes. Deslizes que foram aproveitados pela oposição digital, que transformou frases infelizes em memes que desgastam sua imagem.
O período foi marcado também por uma série de ataques de Lula a Roberto Campos Neto — embora essa artilharia tenha sido recolhida nos últimos dias.
Os números da economia, como taxas de emprego, consumo e inflação, estão em um bom momento. Pesa contra, porém, a sombra do dólar que andou volátil nas últimas semanas, subindo e caindo de acordo com as críticas que Lula fazia ao BC e aos banqueiros.
A pesquisa da Quaest, que medirá também o humor do brasileiro em relação à economia, será um bom teste para verificar se as entrevistas, as pancadas em Roberto Campos Neto e as viagens deram algum resultado.