Uma nova pesquisa presidencial do Datafolha será divulgada na noite de quinta-feira (15), seis dias após a última feita pelo instituto. Será realizada em três dias, entre hoje e a própria quinta-feira. O instituto entrevistará presencialmente 5.926 pessoas acima de 16 anos em 191 cidades de todos os estados brasileiros — a maior amostra feita pelo Datafolha desde o início desta campanha. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Será uma pesquisa feita segundo a coluna de Lauro Jardim, já sem o impacto imediato do 7 de Setembro. Mas os bolsonaristas contam que boas notícias para o bolso possam ter algum efeito nos ponteiros da pesquisa — visto que aparentemente os atos da semana passada não foram capazes de seduzir os indecisos e os arrependidos.
Entre as novas medidas econômicas, estão a queda no preço do gás de cozinha (que entra em vigor nesta terça-feira), o crédito diferenciado para mulheres que a Caixa passou também a oferecer a partir desta semana e o segundo mês de deflação. Há, entre alguns ministros de Bolsonaro, a crença de que sua alta rejeição não cede exclusivamente pelo fator econômico.
Lula pode captar nesta pesquisa algum efeito do apoio de Marina Silva, anunciado na segunda-feira? Nem os petistas avaliam que esse apoio mude algo na intenção de voto do ex-presidente. Ter Marina ao lado é um ativo muito mais político do que eleitoral. Marina dá prestígio, votos nem tanto.
Lula tem mantido uma inabalável estabilidade até agora em termos de intenção de votos. Sua campanha não produz fatos retumbantes. A propaganda de rádio e TV é opaca. Suas redes sociais estão eternamente correndo atrás das iniciativas de Bolsonaro. Mesmo seus discursos em comícios e suas entrevistas de TV nada têm de marcantes ou momentos de brilho. Mas, apesar de tudo isso, há em parte da população uma memória positiva do seu governo somada a também inabalável rejeição a Bolsonaro.
Além de perguntas sobre intenção de voto para presidente da República, a pesquisa tentará medir o que pensa o brasileiro sobre temas correlatos: o grau de rejeição e de conhecimento do eleitor em relação a cada um dos candidatos, em quem ele pretende votar no segundo turno (neste caso, apenas com as opções de Lula e Bolsonaro) e se ainda pode mudar o voto.
Será avaliado também o grau de aprovação do brasileiro a respeito do governo Bolsonaro, e se o eleitor confia no presidente.
Pela primeira vez nesta eleição, o Datafolha perguntará se o eleitor já se decidiu em quem vai votar para deputado estadual e federal (mas não perguntará o nome do escolhido, se a resposta for positiva).
O Datafolha questionará o entrevistado ainda a respeito do 7 de Setembro. Ou mais especificamente sobre as intenções de Bolsonaro com os atos da quarta-feira passada: ele queria comemorar o Bicentenário ou “fazer campanha política”? E se o presidente “agiu bem”.
O instituto vai também medir o pulso da população em relação a possibilidade de “atos de violência” no dia 2 de outubro: há chance de “atos de violência”? O entrevistado poderia deixar de votar por causa desse fator?
No último Datafolha, divulgado em 9 de setembro, mantinha-se o resultado das pesquisas de maio, junho e julho e agosto. Ou seja, Lula (45%) aparecia com uma distância de onze pontos percentuais em relação a Jair Bolsonaro (34%), embora ela esteja encurtando a cada novo levantamento.