Em conversas sobre sua escolha para os indicados ao Supremo Tribunal Federal (STF), Lula deixa claro a interlocutores segundo Bela Megale, do O Globo, que mudou as prioridades que vão norteá-lo em relação a escolhas anteriores.
Nas gestões Lula 1 e 2, entre 2003 e 2010, o apoio político que os cotados tinham era fator determinante na sua decisão. Além disso, o presidente levava em consideração a opinião de conselheiros, como o ex-deputado Sigmaringa Seixas, que recusou duas vezes o convite do próprio Lula para integrar o STF. Outro nome sempre ouvido era o do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Seixas morreu em 2018 e Bastos, em 2014.
Hoje, Lula diz que o critério que vai definir seu escolhido não será mais o do apoio político e nem de representação de determinados segmentos. Seu julgamento pessoal é o que vai pesar na escolha dos candidatos. O presidente destaca que seu indicado terá duas características: lealdade e não ter medo de se posicionar contra a opinião pública.
Nos 580 dias em que ficou preso, Lula manifestou diversas vezes contrariedade com o posicionamento de ministros do STF e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) indicados por ele e Dilma Rousseff, que, na sua avaliação, tomaram decisões a reboque da opinião pública.