O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse (PT), em reunião com ministros nesta quinta-feira (15) no Palácio do Planalto, que a próxima fase do governo será focada na execução de projetos já propostos, e que concepção de novos projetos está “proibida”.
“Daqui para frente, a gente vai ser proibido de ter novas ideias, a gente vai ter que cumprir aquilo que a gente já teve capacidade de propor até agora”, afirmou.
Lula afirmou que a reunião ministerial desta quinta é, provavelmente, a última antes de um encontro no fim do ano, e sinalizou que o governo inicia no segundo semestre uma nova fase.
“Esta reunião tem como pressuposto o segundo passo do nosso governo. Até agora, nós estivemos tratando da organização dos ministérios. Nós estávamos tratando da briga de orçamento, e estávamos tentando recuperar parte de todas as políticas públicas que tinham sido desmontadas nesse governo [anterior]. Inclusive remontando algumas políticas que tinham sido desmontadas. Essa parte já está cumprida”, afirmou.
“É muito importante que vocês digam claramente o que já foi feito. Se tiverem alguma dificuldade, digam da dificuldade. E em segundo lugar, dizer quais são os próximos passos”, continuou.
Ele também reforçou que será lançado, no início de julho, o novo programa de desenvolvimento, ao qual se referiu como “PAC 3”, uma alusão ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que vigorou nas gestões petistas anteriores. O plano deve conter investimentos em seis grandes áreas.
Reunião ministerial
Todos os 37 ministros foram convidados para a reunião. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, enviaram representantes. Luiz Marinho está em viagem no exterior e Marina Silva está internada em São Paulo com dores na coluna.
Também estão presentes os líderes do governo no Congresso e presidentes de bancos públicos.
A previsão é de uma reunião longa, de cerca de seis horas. Cada ministro tem 10 minutos para fazer sua apresentação. “Que a gente possa sair daqui com a certeza de que o governo já tem, no papel e na cabeça, tudo aquilo que a gente vai fazer até o dia 31 de dezembro de 2026”, disse Lula.
Lula também voltou a cobrar que todas as ações dos ministérios passem antes pelo Palácio do Planalto.
A mesma cobrança já tinha sido feita em março, quando Lula cobrou que iniciativas só fossem anunciadas após o aval da Casa Civil.
“É importante que toda e qualquer posição, qualquer genialidade que alguém possa ter, é importante que antes de anunciar faça uma reunião com a Casa Civil”, disse na ocasião.
Nesta quinta, Lula afirmou que não serão aceitas “política de ministro”. “As políticas todas são políticas de governo. Um ministro não pode começar a fazer uma proposta sem discutir com a Casa Civil e transformar numa política de governo. É assim que e tem que ser um governo sério”, disse.