Se mantiver os planos de se tornar senador pelo Paraná, Sergio Moro precisará segundo o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, de papel, caneta e o traquejo político do qual, conforme publicação, já mostrou prescindir. Com os dois primeiros apetrechos, poderá rascunhar desde já uma extensa lista de concorrentes. E, com o último item, precisará driblar as numerosas figuras paranaenses que miram a mesma cadeira.
Como o União Brasil apoia Ratinho Jr. para reeleição no estado, Moro teria à sua frente, inicialmente, três adversários. A lista de nomes para o Senado aos quais o governador é simpático inclui os ex-secretários Beto Preto (Saúde), Sandro Alex (Infraestrutura) — filiados ao PSD de Ratinho — e Guto Silva (Casa Civil), do PP, considerado o favorito.
A equação nacional, no entanto, impõe uma quarta ameaça ao ex-juiz da Lava-Jato. Jair Bolsonaro, de quem Moro se tornou inimigo político, negocia a inclusão de um indicado na chapa de Ratinho, justamente para a vaga que Moro almeja. O escolhido do presidente é o deputado federal Paulo Martins, do PL, a mesma sigla do chefe do Executivo federal.
Logo, o União Brasil dificilmente dificilmente emplaca Moro como senador se desembarcar do grupo de Ratinho. Assim, o cálculo iria parar nas mãos de Luciano Bivar (e de Gilberto Kassab, no partido do governador). Os caciques, é claro, não têm interesse em incensar o neófito na política.
Há ainda Álvaro Dias, que lidera as pesquisas e se mantinha próximo a Moro até a desfiliação do Podemos. No QG do senador, o clima é de apreensão e torcida contra: agem para que o outrora aliado persiga a eleição como deputado.