Uma ala do União Brasil, crente de que Luciano Bivar (PE) deixaria o comando do partido e assumiria a presidência de honra pacificamente, se organizava para encomendar um busto para homenageá-lo e afagar seu ego. A ideia era colocar a estátua na liderança da legenda na Câmara dos Deputados. Mas, como mostrou Augusto Tenório, da coluna do Estadão, tudo deu errado.
Bivar resistiu a deixar a cadeira, deflagrando uma guerra fratricida contra o novo presidente eleito do União, o advogado Antonio de Rueda, e os principais caciques da legenda. O ápice do conflito foi o incêndio supostamente criminoso de casas do jurista, que alega ter sido ameaçado por Bivar quando se colocou como candidato à presidência do União. O parlamentar nega participação.
Na tarde desta quarta-feira, 13, a legenda acolheu representação pedindo o afastamento de Bivar da presidência e a consequente expulsão do deputado. Ainda há prazo para defesa, mas, ao que tudo indica, o deputado sairá da legenda que ele mesmo criou – ao unir o seu PSL com o DEM de ACM Neto, em 2022 – pela porta dos fundos, deixando para trás um fundo eleitoral de R$ 517 milhões para as eleições municipais deste ano.
Durante a reunião que decidiu pelo recebimento da representação, um ex-deputado do União chegou a sugerir que tanto Bivar quanto Rueda se afastassem da direção para que fosse feita uma nova eleição, como forma de pacificar a disputa entre os dois. Mas a proposta foi rechaçada por quase todos os presentes. Eles argumentaram que o atual presidente teve outras chances de resolver a situação, mas preferiu o conflito.
À Coluna, Bivar afirmou que já esperava o resultado desfavorável porque foi alvo de “uma traição” promovida pelo vice-presidente. Também afirmou que não deve tentar reverter a decisão pela via partidária. “Não adianta brigar internamente. Vou judicializar, na Justiça comum”, disse Bivar.