A colunista Letícia Casado , na Veja, o encerramento da janela partidária, em 2 de abril, mostrou a força que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem no Congresso. Os partidos que mais cresceram são os que formam o tripé de sustentação do governo.
O PL, legenda à qual Bolsonaro se filiou em novembro, virou a maior bancada da Câmara e passou de 43 para 78 deputados; o PP, de 38 para 52; e o Republicanos, de 30 para 41.
Os parlamentares vão tentar a reeleição em outubro. E querem o apoio do presidente.
Para evitar conflitos, já que muitos deles vão concorrer entre si no mesmo estado, Bolsonaro planeja pedir votos apenas para senadores na campanha, uma vez que será disputada apenas uma vaga por unidade da federação.
“É complicado para o presidente, por exemplo, chegar na televisão e dizer ‘vote no 22’. O que o PP vai falar, o que o pessoal do Republicanos vai falar? É complicado, é o que ele não quer fazer”, diz Valdemar Costa Neto, presidente do PL, dono do número 22 nas urnas. “Para o senador ele pode trabalhar, mas pedir voto para o partido é complicado. Nós vamos defender que o eleitor vote 22 e confirme, mas ele não pode fazer isso”, acrescentou.
Uma amostra de como deve ser a relação de Bolsonaro se equilibrando neste tripé ocorreu na semana passada. Na noite de quarta, 6, o presidente passou nos jantares de PL e do PP. E o ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes, filiado Republicanos para concorrer ao governo de São Paulo, também foi ao evento do PL —mesmo já tendo sido desafeto de Costa Neto, com quem fez as pazes e que comanda com mãos de ferro o partido do qual o ministro precisa do apoio para o pleito paulista.
O jantar do PL contou com 59 deputados e 7 senadores. Bolsonaro ficou cerca de meia hora no local. O presidente não discursou, mas seu filho Flávio Bolsonaro, senador pelo Rio de Janeiro, falou em seu nome, agradeceu a presença dos colegas de parlamento e parabenizou a bancada.