Depois de ir ao debate da Band ao lado de Bolsonaro, Sergio Moro enviou uma gravação para ser usada na propaganda eleitoral do presidente. Mesmo assim, a exploração da imagem do ex-juiz e agora senador eleito ainda não é consenso no QG de Bolsonaro.
Dois integrantes da equipe e um do governo relataram à coluna que há “ressalvas” sobre os benefícios da presença de Moro como cabo eleitoral. Um dos argumentos é que a imagem do ex-juiz ajuda a reavivar na memória do eleitor as acusações que ele fez contra Bolsonaro ao deixar o governo, como a de interferir na PF.
Moro também chegou a chamar Bolsonaro de ladrão e disse que ele tentava defender seus filhos de investigações sobre envolvimento na “rachadinha”. Outro ponto alertado por esse grupo é que o “bolsonarista raiz” ainda tem resistência a Moro e o enxerga como traidor.
A maior parte da equipe, no entanto, avalia que o senador traz ativos importantes nesse momento de acirrada disputa eleitoral, como o recrudescimento do sentimento anti-PT entre os indecisos. Essa ala acredita que Moro pode ajudar a conquistar votos especialmente em São Paulo, estado onde a campanha busca crescer, com o objetivo de superar Lula no segundo turno.
A mulher de Moro, a advogada Rosângela Moro, conseguiu se eleger como deputada federal por São Paulo com o capital político do marido.
Como o ex-juiz está no exterior até domingo, a campanha ainda debate os próximos passos de Moro ao lado de Bolsonaro. A gravação que ele enviou há três dias à equipe do presidente ainda não tem data para ir ao ar, segundo coordenadores do QG.