Em geral críticos e mesmo opositores do governo Lula, ruralistas são só elogios às manifestações públicas de indignação do presidente da República sobre a carta adicional da União Europeia que prevê sanções ambientais extras no acordo com o Mercosul.
“Vamos a Bruxelas discutir com a União Europeia e os países da América Latina, e precisamos ter uma resposta do que nós queremos para consolidar o acordo. Nós queremos fazer uma política de ganha-ganha, a gente não quer fazer uma política em que eles ganhem e a gente perca”, afirmou Lula durante o programa Conversa com o Presidente na última terça-feira.
Líderes políticos do agro consideram a narrativa de preocupação ambiental dos europeus e as ameaças de sanções adicionais uma “nítida” medida de protecionismo comercial aos produtores rurais da França e da Alemanha em relação à competitividade do Brasil no setor.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Pedro Lupion (PP-PR) saiu segundo a revista Veja de uma reunião com Geraldo Alckmin (PSB) nesta semana seguro de que a bancada está alinhada com o governo Lula na demanda por reciprocidade em relação às exigências da UE.
Apresentou ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento Industrial, Comércio e Serviços um projeto de lei do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) que, na hipótese de o Brasil sofrer sanções ambientais dos europeus, taxaria produtos importados do bloco à proporção da disparidade entre as duas partes nas taxas de matriz energética renovável e preservação de mata nativa.