Na noite de quarta-feira (2), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) reuniu no seu apartamento em Brasília o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Eunício Oliveira (MDB) para uma conversa de acordo com Robson Bonin, da Veja, que definiu uma proposta alternativa ao plano da PEC de Transição, o caminho escolhido inicialmente pela equipe de Lula para viabilizar a largada do governo em janeiro.
Na avaliação do grupo, a PEC colocaria o futuro governo em condição desfavorável no Congresso, já que o time de Lula teria que negociar questões vitais ao governo com Arthur Lira e a atual base do centrão. Adversário do presidente da Câmara, Calheiros elaborou com seus aliados um plano alternativo, que foi levado a Lula por Randolfe Rodrigues.
A PEC teria o objetivo de viabilizar o pagamento do Bolsa Família de 600 reais e o aumento real do salário mínimo. Pelo plano do grupo que se reuniu na casa de Calheiros, Lula teria melhores condições de negociar a largada do governo se optasse por editar uma Medida Provisória logo após a posse, em janeiro. A PEC, neste caso, seria deixada de lado.
Segundo integrantes da conversa na casa de Calheiros, o grupo consultou o presidente do TCU, Bruno Dantas, que teria considerado o caminho da Medida Provisória mais adequado. Oficialmente, o que há, por ora, é o plano da PEC de Transição, mas o caminho da MP pode ganhar força a partir das conversas de Lula com Lira e Pacheco nesta semana.