domingo 22 de dezembro de 2024
O advogado-geral da União, Jorge Messias, e o presidente do TCU, Bruno Dantas, vêm se tornando os preferidos para ocupar uma vaga no STF — Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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segunda-feira 2 de outubro de 2023 às 06:57h

A armadilha involuntária de Lula para um dos candidatos ao STF

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O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, está diante de uma encruzilhada na campanha para tentar ser indicado para ministro do Supremo Tribunal Federal na vaga aberta com a aposentadoria de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme informou a equipe da coluna de Malu Gaspar, do O Globo, quem conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a portas fechadas em Brasília, antes da cirurgia que ele fez para colocar uma prótese na bacia, saiu convicto de que seu escolhido é o ministro da Justiça, Flávio Dino.

O que Lula quer agora é acertar o substituto de Dino, que seria Messias. Mas a possibilidade de vir a assumir a Justiça se transformou em uma armadilha, e para evitá-la o advogado-geral da União não quer nem falar no assunto.

O raciocínio de Messias é de que, enquanto Lula não anunciar sua indicação, a disputa pelo Supremo está aberta. Se ele admitir a possibilidade de assumir a Justiça no lugar de Dino, estará automaticamente fora da corrida pelo STF – e ainda por cima aceitando o ministério do colega como “prêmio de consolação”.

Outro efeito colateral seria comprar uma briga com os candidatos à vaga de Flávio Dino, alguns dos quais são aliados na campanha para convencer Lula a indicá-lo para o Supremo.

O secretário-executivo, Ricardo Capelli, o secretário nacional de Justiça, Augusto Botelho, e o advogado e coordenador do grupo Prerrogativas Marco Aurélio Carvalho, sonham com o ministério da Justiça.

Além disso, Messias tem feito várias críticas à gestão de Dino, e seus aliados temem que ele caia de paraquedas numa crise de segurança pública em que um dos protagonistas é o governo da Bahia, comandado pelo PT há 15 anos.

O enfrentamento de facções criminosas, a articulação com estados na área de segurança pública e as sucessivas operações da Polícia Federal também são questões complexas, que exigem um grande esforço de negociação política e de exposição pública a que o advogado-geral da União não está acostumado.

Messias também tem receio de não carta branca para escalar sua própria equipe e ter que manter egressos da gestão de Dino.

Apesar de todas essas ressalvas, ninguém nem no Planalto e nem no PT acredita que Messias vá dizer não a Lula e seu grupo não tem dúvidas de que Messias não terá escolha, caso Lula decida realmente convocá-lo para o lugar de Dino.

“Messias não dirá não a Lula. Se o presidente chamar, ele vai”, diz um aliado do chefe da AGU.

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