Flávio Dino foi escolhido para ser o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) por ser alguém que entende da política. Para Lula, a Corte precisava de alguém com esse perfil, e Dino segundo o blog de Andréia Sadi, reunia todos os requisitos para fazer a ponte com o mundo político.
Esse foi o argumento usado com ministros e parlamentares avisados da escolha do presidente antes da formalização da indicação, ocorrida na segunda (27).
Por ser um político, Dino é perguntado o tempo todo se abandonaria a toga para voltar a concorrer a mandatos eletivos – uma candidatura presidencial sempre esteve no sonho do atual ministro da Justiça e da Segurança Pública.
A interlocutores, Dino diz saber que, com a indicação para o STF, sua vida saiu do script que imaginava, e que, uma vez no STF, não deixaria a toga para voltar à política.
É aí que o ministro é lembrado por interlocutores de que fez isso uma vez, quase aos 40 anos, quando abandonou a magistratura para disputar cargos eletivos. Dino, no estilo Dino debochado, responde sempre que há tempo para tudo, que o que se faz aos 38 não se faz aos quase 60 e que o passar do tempo nos deixa menos resignado. Por isso, na data de hoje, responde que não faria esse movimento novamente.
Aliados políticos, setores do PT e até integrantes do STF, entretanto, avaliam que não é possível descartar essa hipótese, a depender das intempéries da política – especialmente a partir de 2030, quando a esquerda não deve contar com Lula para disputar a Presidência. A conferir.
E quem fica no Ministério da Justiça?
Dino deve continuar no Ministério da Justiça pelo menos até o início de 2024. Isso porque, mesmo que a indicação para o STF seja aprovada em 3 de dezembro pelo Senado, não deve have tempo hábil para organizar a cerimônia de posse, disse o ministro a um interlocutor.
Com isso, Lula deve ter mais tempo para anunciar o sucessor. Entre os nomes cotados estão os de Simone Tebet, atual ministra do Planejamento, e o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski.
A posição atual de Tebet – que ainda não foi sondada – é aceitar apenas se o ministério for dividido entre Justiça e Segurança Pública, algo a que Lula é contra.
Lewandowski, que acompanha Lula em viagem à Arábia Saudita, diz ao blog que também não foi sondado.
“Eu já tinha sido convidado para integrar a comitiva presidencial há uma semana. Estou aqui profissionalmente, não politicamente, acompanhando empresários”, disse o ex-ministro.