A disputa pela liderança da minoria está causando embates dentro da Câmara dos Deputados: de um lado, um acordo fechado em 2019 previa que a liderança do grupo seria do PDT em 2020; do outro, uma pressão do PT para romper o que foi acordado e indicar José Guimarães (PT-CE) para o cargo. Diante do imbróglio, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) interveio, cancelando a indicação do petista e, interinamente, mantendo Jandira Feghalli (PCdoB-RJ) na posição.
Dentro do PT o clima segundo o Congresso em Foco, era de “já ganhou” quanto a liderança. Deputados e assessores já estavam tratando Guimarães como o novo líder do bloco. Um deputado petista disse na quarta-feira (04) ao Congresso em Foco que a indicação de José Guimarães não tinha volta e que o PDT ficaria com a liderança da oposição.
O principal motivo de toda briga é que a liderança da minoria contém cargos de secretários para serem nomeados e prerrogativas no regimento, como tempo de fala, por exemplo. Já a liderança da oposição é simbólica e serve mais para articulação política e palanque público para o líder. Desta maneira, os partidos tendem a preferir a liderança da minoria.
Enquanto o nome do PT é José Guimarães, no PDT o nome para a liderança é André Figueiredo (CE). O pedetista já está no seu quarto mandato federal e foi ministro de Estado das Comunicações, em 2015. O parlamentar já ocupou os cargos de líder e vice-líder do PDT. O petista já ocupou as lideranças da oposição e da minoria.
Quando questionado pela reportagem sobre a situação de indefinição dos cargos, Figueiredo disse que “a prerrogativa de indicação tem que passar pelo PDT . Por isso foi anulada a indicação”.
O regimento interno da Câmara prevê que a minoria é composta pela representação inferior a da maioria e que, em relação ao governo, expresse posição diferente da maioria. Sendo assim, se a maioria tiver um posicionamento alinhado com o governo, a minoria será do maior partido, ou bloco de oposição.