O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou em uma rede social que o senador Cid Gomes não teve “o mínimo de inteligência” para lidar com os policiais grevistas do Ceará. Conforme publicou o jornal Estado de SP, a postagem vinha acompanhada com um vídeo do momento em que Cid é baleado, e foi apagada do perfil do deputado minutos depois.
Nem 4 horas que o irmão foi alvejado após tentar atropelar dezenas de policiais, mulheres e crianças com uma retroescavadeira, e o coroné já usa o caso pra fazer política. Talvez porque, a essa altura, só assim consegue ter relevância. Patético. https://t.co/pnrEaHdYAw
— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) February 20, 2020
Segundo Eduardo, a deputada Major Fabiana (PSL-RJ) estava no Ceará para participar das negociações. Fabiana chegou a ocupar a Secretaria Estadual de Vitimização do Rio de Janeiro no governo Wilson Witzel (PSC-RJ) mas deixou o cargo alegando ser “eternamente leal à família Bolsonaro”.
“A deputada Major Fabiana foi proativamente buscar a melhor saída para a atual situação da PM do Ceará. Infelizmente ela não pode contar com o mínimo de inteligência do senador Cid Gomes”, escreveu Eduardo.
O deputado foi procurado por meio de sua assessoria para explicar por que apagou a postagem mas não respondeu. Segundos depois, Eduardo fez outro comentário no qual diminui o tom da crítica ao senador e diz que Gomes cometeu uma “atitude insensata”.
Resposta
Irmão de Cid, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) respondeu à segunda mensagem do deputado. Por volta das 20h30, Ciro publicou nas redes sociais uma notícia com as declarações de Eduardo, e rebateu com acusações contra a família Bolsonaro.
“Será necessário que nos matem mesmo antes de permitirmos que milícias controlem o Estado do Ceará como os canalhas de sua família fizeram com o Rio de Janeiro”, escreveu Ciro, que concorreu contra Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018.
A resposta de Ciro faz referência à relação do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), irmão mais velho de Eduardo, com o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, morto há onze dias na Bahia. Em 2005, Flávio propôs que Nóbrega recebesse a Medalha Tiradentes, mais alta honraria do Legislativo fluminense. À época, o miliciano estava preso por suspeita de homicídio.
Quando era deputado estadual no Rio, Flávio também empregou a ex-mulher e a mãe dele em seu gabinete. Após a morte de Adriano, ele voltou a se manifestar sobre o caso no Twitter e sugeriu que o miliciano tenha sido torturado.