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Aliança pelo Brasil reúne militantes em São Paulo Foto: Reprodução
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domingo 9 de fevereiro de 2020 às 17:26h

Integrantes do Aliança coletam assinaturas e fazem filtro de filiação para impedir ‘traidores’

POLÍTICA


Em uma tentativa de realinhar a tropa bolsonarista no estado de São Paulo, o Aliança pelo Brasil realizou um evento na noite deste último sábado (8) na capital paulista. Embalada pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que aproveitou o momento para dar um puxão de orelha nos apoiadores paulistas pelos desencontros na mobilização, a reunião teve coro contra “traidores”, como Júnior Bozzella, Joice Hasselmann e Alexandre Frota, e promessa de maior alinhamento para evitar um “novo PSL”.

Bozzella e Hasselmann romperam com o governo Bolsonaro em outubro, quando resolveram ficar ao lado do presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, na briga com Bolsonaro. Frota, por sua vez, foi expulso da sigla bem antes e migrou para o PSDB. Desde então, ele tem feito das críticas ao governo seu passatempo preferido.

A advogada do novo partido de Jair Bolsonaro , Karina Kufa, usou boa parte de sua fala para esclarecer dúvidas dos apoiadores sobre a coleta das assinaturas para a criação da sigla e deu um prognóstico. Para ela, o Aliança pelo Brasil tem 50% de chance de se viabilizar a tempo das eleições municipais.

O evento, chamado “1º Encontro de Lideranças em São Paulo”, foi convocado por apoiadores e lideranças de direita do estado e contou com a presença dos deputados federais Guiga Peixoto (PSL-SP), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) e Aline Sleutjes (PSL-PR), além de Zambelli e Kufa.

Alerta para o ‘Carona Vírus’ ligado

Cobrados pela militância, os parlamentares afirmaram que o Aliança terá uma espécie de filtro na filiação para barrar novos ” carona vírus “, como chamaram supostos candidatos que usam da popularidade de Bolsonaro para se promover. Carla Zambelli disse que eventuais interessados em se filiar à sigla que tenham demonstrado apoio a esses políticos serão barrados.

“O racha foi no ano passado. Então se a gente descobrir que esse cara falou bem do Bozzella depois disso, por exemplo, não vai passar no filtro”, declarou Zambelli .

Outro a entrar na rota da ira dos bolsonaristas foi o senador Major Olimpio. Os deputados foram interpelados pela plateia sobre a situação dele em relação à fidelidade a Bolsonaro. Queriam saber, basicamente, de que lado o parlamentar estava naquela guerra.

“Ele vota com o governo, mas tá com o PSL. É outro carona vírus”, respondeu Zambelli, levando o público a xingar Major Olimpio .

Zambelli também afirmou que já é possível identificar pessoas que se aproximaram do projeto do novo partido de Bolsonaro “apenas para se promover” e que fará o possível para impedir que aconteça o desalinhamento que causou a ruptura com o PSL.

Para Orleans e Bragança , um dos responsáveis pela formulação do estatuto da nova legenda, os futuros filiados precisarão ter uma espécie de “ficha direita”: não ter sido filiado a nenhum partido de esquerda e ter a ficha limpa. O deputado disse, no entanto, que cada caso terá de ser analisado individualmente, a depender do tempo que a pessoa levou para “se arrepender” de ter integrado uma sigla de esquerda.

Ao fim do evento, os militantes deixaram o Novotel Center Norte, na capital paulista, com uma data agendada para uma mobilização nas ruas. Zambelli convocou os bolsonaristas a se reunirem na Avenida Paulista em 15 de março, com o pretexto de defender a prisão em segunda instância, mas com foco na coleta de assinaturas do Aliança pelo Brasil. Para ter seu registro analisado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os dirigentes precisam juntar 492 mil assinaturas e cumprir uma série de requisitos.

Segundo Karina Kufa, advogada, a manifestação prevista para o mês que vem terá uma coordenação com cartórios da cidade, que deverão se deslocar até o local do ato para reconhecer firma das fichas dos apoiadores. A advogada afirmou que essa ação está prevista no artigo 4º da Lei 8.935/94, que autorizaria o trabalho in loco das repartições.

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