Em um movimento para não prejudicar as relações do PT com o PCdoB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou, em suas redes sociais, que estaria tentando levar o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), para o seu partido. Segundo o Metrópoles, Interlocutores das duas siglas vinham falando, há alguns dias, que havia uma conversa em curso nesse sentido.
Dino, recentemente, lançou o Movimento 65, que visa unir forças políticas contrárias ao atual governo, de Jair Bolsonaro (sem partido), em um amplo espectro ideológico, que vai desde a esquerda até a centro direita. O movimento é semelhante ao que foi adotado quando Lula venceu a sua primeira eleição presidencial, em 2002.
“Pelo profundo respeito que eu tenho pelo PCdoB, pelo PT, pelo Flavio Dino e pelo Fernando Haddad, jamais convidaria um membro do PCdoB para se filiar ao PT”, postou Lula nesta terça-feira (28).
Dino, que já não pode ser candidato à reeleição no seu estado, é o nome do PCdoB para 2022. Ele vem articulando uma possível candidatura como cabeça de chapa. Pelo Movimento 65, marca com a qual pretende percorrer o país, ele quer alavancar uma frente ampla contra o presidente Jair Bolsonaro. Lula, por sua vez, tem feito um movimente mais restrito, na esperança de manter o PT coeso e dentro do jogo para 2022. Como pano de fundo, Lula ficaria como o candidato da “extrema esquerda” e Dino da “centro esquerda”.
As investidas de Lula sobre Dino, de acordo com integrantes do PCdoB, existiram e estariam incomodando membros do partido, que foi o mais fiel ao PT durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e ainda na composição da chapa Fernando Haddad e Manuela D’Ávila, que foi para o segundo turno e saiu derrotada por Bolsonaro.
De acordo com membros do PCdoB, que pediram para não serem identificados, em encontro que com Dino no Maranhão, Lula teria dito para o governador “voltar para casa”. Dino já foi filiado ao PT.
No movimento de botar panos quentes sobre as especulações de uma briga na esquerda pela cabeça de uma possível chapa, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, também apontou a possibilidade de apoio a Dino por parte do PT em entrevista ao jornal Valor Econômico. Gleisi chegou a apontar que o PT poderia apoiar uma chapa presidencial com Haddad vice de Dino.