Convidada a ser a candidata a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), a advogada Janaina Paschoal fez críticas ao comportamento dos seguidores do deputado federal.
Ela afirmou que os adeptos da candidatura do capitão reformado devem abrir diálogo com atores políticos que tenham opiniões distintas em alguns assuntos, evitando radicalismo – sem citar a palavra.
A autora do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff disse que ainda precisa refletir se aceita o convite para participar da candidatura.
“Não se ganha eleição com pensamento único. Não se governa uma nação com pensamento único. Os seguidores, muitas vezes, do deputado Jair Bolsonaro têm uma ânsia de ouvir um discurso inteiramente uniformizado. Pessoas só são aceitas quando pensam exatamente as mesmas coisas. Reflitam se não estamos fazendo o PT ao contrário”, disse Janaina.
A advogada também demonstrou preocupação com a governabilidade em caso de vitória sem abertura ao diálogo.
“Nós temos que somar. Não haverá vitória, e se houver a vitória, não haverá governabilidade. Temos que pensar nos dois momentos”, disse ela.
“Temos um povo multifacetário. Às vezes um grupo concorda com outro num ponto e discorda em outro. Se construirmos um quadradinho e quisermos que todo mundo esteja dentro desse quadrado, estamos limitando a possibilidade de vitória e a possibilidade de governar”, afirmou Paschoal.
A advogada sentou-se ao lado de Bolsonaro na mesa da convenção do PSL. Foi aclamada como “vice” pelos cerca de 2.000 pessoas no Centro de Convenções Sul América, no centro do Rio de Janeiro.
Ela afirmou ter ficado honrada com o convite, mas disse precisar de mais tempo para aceitá-lo.
“Iniciamos um diálogo bastante profícuo. Entendemos que para uma parceria de quatro anos, esse diálogo precisa ser mais pormenorizado. Então não é possível aceitar em dois dias”, disse ela.