Uma delas, segundo a coluna de Lauro Jardim, reúne personagens poderosos: Bolsonaro, Dias Toffoli e Hamilton Mourão.
De acordo com Thaís, ex-redatora-chefe da revista Veja, o presidente do STF inventou e disseminou a versão de que Mourão tentou fazer entre abril e maio uma “quartelada” pra derrubar Bolsonaro.
Naquele período, o governo Bolsonaro enfrentava crises com o Congresso e brigas internas, que levaram, por exemplo, o general Santos Cruz ser demitido em 13 de junho.
Thaís reconhece que Toffoli “foi peça fundamental para debelar a crise de maio”, atuando “junto a lideranças do Congresso para jogar água fria na fervura que ameaçava respingar na faixa presidencial”. Chegou até, quando a crise amainou enviar a um amigo uma mensagem pelo WhatsApp curto e imodesto: “Eu salvei a República”,
A suposta tentativa de golpe, relatada meses depois por Toffoli, é descrita assim em “Tormenta”:
— Em setembro, em encontros reservados, Dias Toffoli disseminou que esteve em curso entre os meses de março e abril um movimento golpista de iniciativa do vice — que ele, Toffoli, teria ajudado a abortar. O magistrado chegou a afirmar que, naquele período, Mourão havia se reunido com generais da reserva em seu próprio gabinete para preparar uma “quartelada” com o objetivo de fechar o Supremo e o Congresso e destituir Bolsonaro. Toffoli, segundo ele mesmo disse, teria sido o responsável por, indiretamente, dar o alarme ao presidente da República, “que tomou suas medidas”. Entre essas medidas estaria a nomeação do comandante militar do Sudeste, general Luiz Eduardo Ramos, para a Secretaria de Governo.
Thaís ressalta que a “quartelada divulgada por Toffoli, no entanto, não se confirmou” e nem o presidente do Supremo quis se manifestar sobre o tema.