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domingo 5 de janeiro de 2020 às 08:59h

Deputados gastaram 32,9% a mais em 2019 com alimentação

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As despesas da Câmara dos Deputados com alimentação dos parlamentares que foi registrado na Cota Parlamentar subiram 32,9% de 2018 para 2019, em valores nominais. Descontando a inflação, o aumento foi de 28,58%.

A alta quebra a tendência dos últimos anos: de 2015 a 2018, foram quatro quedas seguidas, baixando de R$ 1,3 milhão para R$ 609,6 mil o consumo nessa área. Em 2019, na nova legislatura, o valor gasto com a alimentação dos deputados aumentou para R$ 810 mil.

Esses gastos são cobertos pela Cota Parlamentar –mais conhecida como “cotão”. Os deputados têm até 90 dias para lançá-los. Ainda há 3 meses para que as despesas de 2019 sejam registradas.

A comparação foi feita com os meses de janeiro a agosto de cada ano. Agosto é o último mês completo com dados lançados na base de dados baixada e publicados pelo Poder360 do site da Câmara, em dezembro.

O gráfico a seguir mostra os valores nominais (sem correção monetária) gastos desde 2010, 1º ano inteiro com o “cotão” funcionando da forma que se conhece atualmente.

As duas maiores despesas registradas são da Liderança do Pros. Uma, de R$ 6.000, se refere a 10 coffee breaks, de R$ 600 cada. A outra, paga à mesma empresa, custou R$ 5.400. De acordo com a nota fiscal, foram 9 refeições para a bancada do partido na Câmara.

A despesa mais alta de 1 único deputado, de janeiro a agosto de 2019, foi de Rubens Bueno (Cidadania-PR). A nota fiscal soma R$ 1.383,10, emitida pelo Mercure Hotel, em Brasília. Inclui, entre outros serviços, café da manhã de R$ 926,10 e jantar de R$ 268,20. Na base de dados da Câmara, constam R$ 1.280.

A 3ª despesa mais alta registrada por 1 único político também é de Bueno. Neste caso, o documento é de R$ 1.333,70. Inclui café da manhã de R$ 884, jantar de R$ 275,40 e alimentação via room service por R$ 168. Também no Mercure.

Por meio de sua assessoria, o deputado disse que as despesas são referentes a 1 mês inteiro, e não a uma única refeição. Afirma que é freguês do hotel, que anota as compras e as cobra em conjunto.

Também falou sobre a diferença entre os valores expressos nos documentos e no arquivo da Câmara: “A divergência de valores se refere a itens não cobertos pela Câmara e que não lançamos para ressarcimento. Ou seja, o valor a maior é pago pelo parlamentar”.

O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) foi responsável por registrar a 2ª maior despesa no período analisado. A nota fiscal do tucano, anotada na base de dados com valor de R$ 1.273, é de R$ 1.400,30.

O valor abarca 19 refeições em buffet de jantar, a R$ 67 cada, totalizando R$ 1.273. A diferença entre o registrado no arquivo da Câmara e a nota fiscal é o valor da taxa de serviço: R$ 127,30.

A assessoria de Frota disse que a despesa é relativa a 1 período em que o deputado ficou em Brasília, e as refeições dele no hotel foram lançadas todas em uma mesma nota.

Tendência geral

O aumento de 2019 não só é contrário à tendência de baixa nos gastos com alimentação dos deputados nos últimos anos como contrários à tendência geral do cotão. O Poder360 mostrou que os gastos em 2019 estão no patamar mais baixo da série histórica.

Essa configuração da Cota Parlamentar existe desde 2009. Além de alimentação, pode ser usada para pagar despesas como passagens aéreas em deslocamentos entre Brasília e a base dos políticos, e manutenção de escritórios políticos regionais, entre outras.

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