A reforma da previdência promovida pelo governo de Emmanuel Macron continua provocando fortes protestos na França. Nesta quinta-feira (2), os trabalhadores do setor ferroviário, uma das categorias mais bem organizadas do país, entraram em seu 29º dia consecutivo de paralisação, chegando ao mais longo período de inatividade desse setor na história da França.
Em sua mobilização, os ferroviários pedem o fim da reforma por considerá-la um ataque aos direitos básicos dos trabalhadores. O projeto de Macron se baseia em um aumento da idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos e na universalização do sistema previdenciário, que conta atualmente com 42 regimes diferentes.
No entanto, o presidente francês não parece estar disposto a ceder. Em seu último discurso de 2019, disse que se prepara para uma nova negociação entre governo e sindicatos, marcada para o dia 7 de janeiro, na qual pretende “convencer os trabalhadores da necessidade dessas mudanças”.
Devido à paralisação, somente 50% dos trens estão funcionando, além de 25% das linhas interurbanas. Ao chegar ao seu dia 29, a greve supera a marca de 28 dias de paralisação, alcançada em 1987, em uma greve por melhorias salariais.
Se espera que a partir da segunda-feira (6), véspera da reunião de Macron com os líderes sindicais, a cidade de Paris volte a ser cenário de grandes, e talvez violentas manifestações nas ruas.