O deputado federal Valmir Assunção (PT) anunciou, na tarde desta segunda-feira (30), a retirada de seu nome para concorrer à prefeitura de Salvador em 2020. Ele é o terceiro nome a desistir da pré-candidatura pelo PT. Na última semana, o deputado federal Jorge Solla desistiu de sair candidato, assim como Nelson Pelegrino que se licenciou da Câmara dos Deputados e assumiu a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano. Com a desistência de Valmir, o PT soma cinco nomes à sucessão do prefeito ACM Neto (DEM): os vereadores Moisés Rocha e Suíca, o deputado estadual Robinson Almeida e os sociólogos Vilma Reis e Juca Ferreira.
Em nota, o parlamentar ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) disse que o “PT tem o desafio de enfrentar a política nefasta da ultradireita que governa o país atualmente” e defende a candidatura de uma mulher negra para a prefeitura da capital. “Esse desafio passa por articular nossas ações em diversas frentes de luta. Fortalecer os movimentos sociais, os campos progressistas da sociedade que zelam pelas instituições democráticas tão ferozmente atacadas, e em 2020 ganhar o maior número de prefeituras e fazer muitas lideranças sociais, vereadores e vereadoras. Em Salvador, tenho certeza que o melhor caminho é termos uma candidata com a cara do PT e a cara de Salvador”.
Assunção aponta que colocou seu nome à disposição do partido no debate da prefeitura de Salvador, mas que depois de refletir com companheiros do MST, da Esquerda Popular Socialista (EPS), de movimentos sociais, e depois de ter sido escolhido por seus colegas da bancada do PT na Câmara Federal como coordenador da bancada, decidiu que não é hora de sair do mandato que lhe foi conferido por 120 mil eleitores baianos. “Estarei firme na trincheira da luta parlamentar, pela anulação do processo fraudulento contra o nosso maior líder, o presidente Lula, e, portanto, pela sua inocência, contra todas as políticas retrógradas desse governo autoritário e anti-povo – que momentaneamente ocupa o Palácio do Planalto”.
Ele aponta que sua articulação na coordenação do PT na Câmara será ainda para defender os direitos sociais, individuais, a democracia, os direitos humanos, a soberania e o meio ambiente. “Defender as políticas contra o machismo, o racismo, a lgbtfobia, e todas as formas de opressão que ganharam guarida com a política de extrema direita em nosso país”. Sobre Salvador, Valmir aponta que continua achando ser primordial que o PT tenha cara própria na eleição, e apresente uma candidatura capaz de dialogar com as pautas e símbolos da esquerda.
O deputado lembra que o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol), impôs de maneira contundente que é hora de se dar concretude às pautas e ao que verbaliza na luta política do dia a dia. “Uma mulher negra, de esquerda, símbolo do empoderamento e do protagonismo das mulheres. E até hoje sua morte não foi elucidada e os responsáveis por sua morte não foram punidos. É momento do protagonismo político construído pelas mulheres negras ganhar as ruas, as mentes e os corações das pessoas, para que possam liderar o nosso partido nessa batalha política em que derrotaremos os aliados na Bahia do presidente Bolsonaro, sob o comando do prefeito ACM Neto”, completa.