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sábado 28 de dezembro de 2019 às 08:36h

O que foi (e ainda é) o integralismo brasileiro?

CURIOSIDADES


Por outro lado, conforme reportagem da revista Super Interessante, a Frente Integralista Brasileira publicou uma nota afirmando que não possui nenhuma ligação com o incidente ou com o outro grupo que se diz integralista. Segundo eles, um dos princípios do Integralismo é a transparência, o que não combina com as máscaras usadas pelos autores do ataque.

No meio da confusão, fica a dúvida: o que é integralismo? O movimento foi fundado em outubro de 1932. Teve grande força em toda a década de 1930, mas foi perdendo relevância a partir dos anos 1940.

 (Domínio Público/Wikimedia Commons)

A ascensão…

O integralismo não é exatamente um grupo único de pessoas, mas sim uma ideologia. Em linhas gerais, ela é uma doutrina de extrema direita que prega o ultranacionalismo, conservadorismo, defesa dos valores cristãos e união do povo brasileiro. No dia 7 de outubro de 1932, o escritor e político Plínio Salgado lançou o Manifesto de Outubro, que reúne todos os princípios do integralismo.

Qualquer semelhança com o fascismo não é mera coincidência. O contexto internacional do nazifascismo inspirou o integralismo não só nos ideais, mas também na simbologia do movimento. A saudação entre os integralistas era feita com a mão direita ao alto, bem no estilo Heil Hitler. A diferença é que os brasileiros gritavam Anauê, uma palavra em tupi que significa “você é meu irmão”.

Não para por aí. O principal símbolo usado até hoje pelos integralistas é o sigma, uma letra grega que representa somatória, fazendo jus à ideia de união do povo brasileiro. Já o fascismo italiano usava um feixe (daí o nome) de varas para representar a mesma ideia – unidade e fraternidade.

 (Reprodução/Montagem sobre reprodução)

Mesmo com o crescimento da ideologia, o integralismo ainda não tinha influência direta no governo. Foi aí que surgiu a figura de Getúlio Vargas. Apesar de não ser integralista, Vargas fazia acenos ao autoritarismo e conservadorismo, criando proximidade com os valores do movimento.

Em 1937, os integralistas apoiaram o golpe do Estado Novo, que decretou a ditadura de Getúlio Vargas. Segundo Odilon Caldeira Neto, professor de História Contemporânea da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), as lideranças do movimento viram a oportunidade de conseguir cargos no governo e até mesmo transformar o regime em integralista.

Mas o tiro acabou saindo pela culatra. Quando assumiu o governo, Vargas neutralizou os integralistas e extinguiu todos os partidos políticos. Em 1938, o movimento tentou dar um golpe de governo, que ficou conhecido como Levante Integralista. Sem sucesso.

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