Os 15 anos de fundação da Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador (Ages) foram celebrados com uma sessão especial na Câmara Municipal. Proposta pelo vereador Luiz Carlos Suíca (PT), a solenidade, que ocorreu na última semana, com os estudantes aconteceu no plenário Cosme de Farias e reuniu lideranças políticas, estudantis e comunitárias, além de militantes de movimentos sociais e sindicais.
Em seu pronunciamento, Suíca destacou a importância, as realizações, as lutas e o papel revolucionário da direção da Ages. “A educação é um processo de revolução. Sempre digo que quem atua dentro do processo educacional é um revolucionário. É a educação que forma cidadãos com senso crítico e, aqui na capital, a Ages é uma associação politizada e que tem lado, o lado do povo pobre e periférico desta cidade”, afirmou o vereador.
De acordo com Gilcimar Brito de Souza, a entidade foi fundada em 17 de setembro de 2004 com intuito de organizar o movimento estudantil e dar outra formatação. “A Ages protagonizou diversas lutas aqui na cidade, como a questão das eleições diretas para diretores e vices e a conquista do Campus Uneb no Subúrbio”, destacou. A luta pelo passe livre, discussões sobre mobilidade urbana e o fortalecimento das pautas setoriais do movimento negro, mulheres e LGBTQI+ também foram questões lembradas pelo fundador da entidade e secretário de Comunicação do PT Salvador.
Educação de qualidade
Gilcimar citou ainda o 7º Congresso da Ages, realizado em Pernambués, e a organização histórica da entidade voltada para a juventude, além da busca por direitos e uma educação pública de qualidade. A presidente da Ages, Ana Vitória, salienta que a Câmara foi um cenário de luta e que pela primeira vez os estudantes não estão nos bastidores, mas sim exercendo sua representação.
“Precisamos puxar esses estudantes das ruas e colocar nas escolas, a nossa juventude precisa ocupar cargos de lideranças e para mim, que sou uma mulher negra, é maravilhoso estar nesse poder. A gente luta por uma educação boa e de qualidade, mesmo ela sendo pública, porque é de direito e está na Constituição. Se a Constituição nos garante temos de reivindicar”, frisou.
Ela lembrou que a Ages nasceu de um movimento por passagem de ônibus. “Esse assunto sempre será prioridade. Salvador é uma cidade que pode garantir gratuidade na passagem estudantil e é por isso a nossa luta”, acrescentou Ana Vitória.
Já a vice-presidente nacional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e ex-diretora de Combate ao Racismo da Ages, Débora Nepomuceno, afirmou que é importante essa visibilidade e o reconhecimento da Câmara com a realização da sessão especial.
“Nós somos o futuro do nosso país. Nós temos o poder e a força da juventude. É importante que a juventude se sinta abraçada pelos seus representantes e ficamos muito felizes com essa oportunidade”, afirmou.
Além dos citados, a mesa de trabalho da sessão especial contou com a presença da coordenadora-geral do SindilimpBA, Ana Angélica Rabello.