No domingo, o presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista ao SBT, na qual afirmou que o ex-presidente Lula está “fora do baralho” das eleições de 2022, quando será eleito seu sucessor. Bolsonaro se referia ao fato do petista ter condenações que o impediam de disputar as eleições, por ser ficha suja. E isso é verdade. Lula realmente está enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que ele mesmo sancionou em 2010, e não pode ser candidato a presidente, por ter sido condenado a corrupção e lavagem de dinheiro duas vezes. E mais, Lula não poderá ser candidato a presidente tão cedo. Como está inelegível por quase 20 anos, só poderá ser candidato a presidente quando completar 94 anos. Ou seja, esquece. Mas o presidente Bolsonaro está redondamente enganado ao dizer que Lula é carta fora do baralho eleitoral de 2022.
Segundo a reportagem da revista IstoÉ, as pesquisas indicam que o PT comandado por Lula tem em torno de 30% do eleitorado da extrema-esquerda, assim como Bolsonaro também tem seus 30% do eleitorado da extrema-direita que ele cativa. E, como Lula é “dono” do PT, seu candidato em 2022, seja lá ele Fernando Haddad, sua noiva, Rosângela Silva, a Janja, ou quem quer que seja, terá possibilidades reais de disputar o segundo turno. E óbvio que Lula, mesmo não podendo ser candidato ou mesmo que volte para a cadeia, caso a segunda instância seja reintroduzida no país, terá influência na eleição.
O problema disso tudo é que o pobre do eleitor já se cansou dessa polarização entre a extrema-direita bolsonarista e a extrema-esquerda lulista, cedendo para optar por uma outra alternativa, de preferência de centro. As opções hoje são o governador de São Paulo, João Doria, e o apresentador de televisão Luciano Huck. É esperar para ver, mas, há 3 anos das eleições, as cartas ainda não estão na mesa. Bolsonaro está ansioso demais.