Os governistas dizem que a mudança de postura dos antigos aliados tem “motivação eleitoral”. Para os opositores de sempre, o diagnóstico é a “abstinência de poder”. Já o grupo que migrou da base para a oposição alega que foi o novo governo que mudou de rumo. Em um ponto, porém, todos os espectros políticos na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) concordam: o PSDB voltou a fazer oposição no Estado após 23 anos, sendo mais duro com o governo Márcio França (PSB) do que foram os adversários nos seis mandatos seguidos em que o partido comandou a máquina paulista.
Para contrariar os interesses de França, que completa hoje 100 dias no cargo, a bancada do PSDB tem obstruído até a votação de um projeto encaminhado pelo antecessor e presidente nacional do partido, o ex-governador Geraldo Alckmin – que renunciou ao cargo em abril para concorrer à Presidência.
Trata-se da proposta que extingue o Instituto de Pagamentos Especiais de São Paulo (Ipesp), autarquia que gere a carteira previdenciária dos advogados e das serventias notariais (cartórios). Com a extinção, o fundo passaria a ser gerido diretamente pelo Estado, o que colocaria cerca de R$ 1,2 bilhão de uma vez no Tesouro paulista.