O Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção do Ministério Público do Rio de Janeiro confirmou que ainda cumprem nesta quarta-feira (18) 24 mandados de busca e apreensão no âmbito do procedimento investigatório criminal instaurado para apurar supostas movimentações suspeitas envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Queiroz era lotado no gabinete do parlamentar quando era deputado estadual.
O nome de Fabrício Queiroz consta em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que aponta uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta em nome do ex-assessor. O relatório integrou a investigação da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, que prendeu deputados estaduais no início de novembro.
De acordo a Agência Brasil, no fim do ano passado, o MP-RJ tentou ouvir o ex-assessor, mas ele não compareceu aos depoimentos justificando problemas de saúde. A mulher Márcia Oliveira de Aguiar e as filhas dele Nathália Melo de Queiroz e Evelyn Melo de Queiroz também faltaram ao depoimento, alegando que o acompanhavam em tratamento em São Paulo.
Defesa de Queiroz se diz ‘surpresa’ com operação do MP
A defesa de Fabrício Queiroz se disse surpresa com a medida de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira. Em nota, o advogado Paulo Klein, que representa Queiroz, afirmou que está tranquilo.
“A defesa de Fabrício Queiroz recebe a informação a respeito da recente medida de busca apreensão com tranquilidade e ao mesmo tempo surpresa, pois absolutamente desnecessária, uma vez que ele sempre colaborou com as investigações, já tendo, inclusive, apresentado todos os esclarecimentos a respeito dos fatos”, disse Klein.
“Ademais, surpreende que mesmo o MP reconhecendo que o juízo de primeira instância seria incompetente para processar e julgar qualquer pedido relacionado ao ex-deputado o tenha feito e obtido a referida decisão, repita-se, de forma absolutamente desnecessária.”
‘Rachadinha’
O Ministério Público do Rio cumpre diversos mandados de busca e apreensão em endereços de ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro na Alerj. Entre eles, está Fabrício Queiróz. As buscas estão sendo feitas em endereços de Queiroz no Rio e em Resende, no sul fluminense.
A investigação é sobre a prática de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual. A notícia foi divulgada pelo jornal O Globo e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo.