O senador Flávio, de 38 anos, e o deputado federal Eduardo, de 35 anos – continuam a causar problemas ao pai.
Os dois passaram a responder a investigações judiciais por malfeitos e processos por deslizes éticos: o mais velho pode ser condenado por crime de improbidade administrativa por suspeita de ter contratado funcionários fantasmas, enquanto o mais novo pode até perder o mandato de deputado por ter dito que “se a esquerda brasileira radicalizar, pode vir um novo AI-5”.
Seria uma resposta das instituições (Ministério Público e Conselho de Ética da Câmara). O Conselho de Ética da Câmara abriu na última semana dois processos contra Eduardo Bolsonaro, que podem acabar em cassação de mandato. No caso de sua inadequada frase sobre o AI-5, a cassação de Eduardo foi pedida pelo PT, PSol e PCdoB, configurando a acusação como abuso de prerrogativas concedidas a parlamentares. Os deputados da oposição afirmam que ao pregar o retorno do AI-5, Eduardo defende o fechamento do Congresso, do STF e das instituições democráticas. Quando vigorou, no regime militar, o instrumento foi responsável por cassações de mandatos, prisões, torturas e mortes de opositores. A Câmara terá 90 dias para decidir qual a punição será imposta a ele: censura verbal ou escrita, suspensão ou perda do mandato.
Em outro processo que pode levar à punição do filho do presidente, a Comissão de Ética vai analisar sua conduta por suposta quebra de decoro parlamentar ao praticar “o linchamento virtual” da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Durante a briga dos dois pela liderança do partido na Câmara, Eduardo teria agredido Joice em uma intensa “campanha difamatória e injuriosa pela Internet”. Entre outras coisas, Eduardo é acusado de publicar imagens da deputada afirmando que ela era “mais falsa do que uma nota de R$ 3”. Na quarta-feira 27, o PSL suspendeu o deputado por um ano, encaminhando o processo de sua expulsão da legenda.