Augusto Aras enfrentou uma maratona de reuniões com Jair Bolsonaro até ser escolhido para comandar a Procuradoria-Geral da República. A campanha foi longa, segundo a revista Veja, teve lances marcados por dossiês que o tratavam como petista, mostravam seu passado na advocacia e tentavam desqualificar sua potencial capacidade de comandar o MPF, mas nada colou.
Por causa dessa intensa relação e por declarações de Bolsonaro sobre a importância do cargo e de se escolher alguém de confiança – o presidente é o “rei” e o PGR é a “dama” do xadrez, como ele disse –, chegou ao cargo com uma aparente dívida a pagar com o Planalto – na cabeça do bolsonarismo, claro.
De acordo com a revista, Aras já tomou algumas decisões que agradaram ao presidente, como o parecer em que liberou Bolsonaro, em seu entendimento, a vetar seguidores em suas redes sociais. O novo PGR também manteve a instituição distante de sua natureza “atiradora”, ao silenciar sobre falas polêmicas dos filhos do presidente – o que foi visto como comportamento subserviente ao Planalto.
Mas Aras, segundo interlocutores próximos, não está disposto a pagar toda a fatura que Bolsonaro espera fazê-lo honrar. Nos últimos dias, ele fez chegar ao Planalto que a PGR não penderá a favor de Bolsonaro nessa guerra do PSL. A conferir.