Com o objetivo de dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pelas mulheres negras à frente dos blocos carnavalescos, o vereador Silvio Humberto (PSB) conduziu a audiência pública “Mulheres Negras no Carnaval de Salvador”. O debate foi realizado na manhã desta segunda-feira (4), no auditório do Edifício Bahia Center, anexo da Casa.
“Entre outros aspectos, a ideia é reforçar que o Carnaval, além de ser um espaço de alegria, também é um espaço que reproduz desigualdades e que o racismo não tira férias, vai de janeiro a dezembro. Então, o objetivo de juntar essas mulheres aqui é dar visibilidade e para que, a partir dessa audiência, possamos pensar políticas públicas para reduzir as desigualdades das quais elas mulheres são vítimas”, destacou o vereador Silvio Humberto, que requereu a atividade.
A gestora do bloco de Koriaecan, Elisangela Silva, pediu reconhecimento ao trabalho realizado pelos blocos de matriz africana. “O bloco é como se fosse nosso filho. Pensamos Carnaval de janeiro a janeiro”, disse. Outro ponto destacado por Elisangela foi a questão tributária, uma vez que, segundo ela, são altos os custos para levar o bloco às ruas. “Muitas vezes, o trabalho é feito o ano inteiro e o bloco não sai no Carnaval por dificuldade financeira. Por isso, propomos que a Prefeitura e a Câmara pensem numa forma de conceder isenções”, sugeriu.
Também participaram da audiência pública e compuseram a mesa a gestora do bloco Aspiral do Reggae, Jussara Santana, a vice-presidente da banda Didá, Andréia Souza, o representante do Conselho Municipal do Carnaval de Salvador (Comcar), Jairo Pessoa, a presidente da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam), Rita Santos, e a advogada representante do bloco A Mulherada, Mônica Kalile.