O deputado estadual Capitão Alden (PSL) sugeriu a criação do Dia de Conscientização e Combate à Intolerância e a Vitimização Policial, a ser instituído nacionalmente, através de indicação encaminhada pela Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. O parlamentar escolheu a data de 13 de setembro para homenagear o soldado Filipe Araújo Assis, que foi encontrado morto, neste dia, na área rural de Queimados, na Baixada Fluminense.
O caso do policial militar, lotado na UPP Pavão-Pavãozinho, não está isolado, como justifica Alden, que traz números da 13ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, com registros da exposição à violência fatal a que os policiais brasileiros estão sujeitos: “Em 2018, 343 policiais civis e militares foram assassinados, 75% dos casos ocorreram quando estavam fora de serviço e não durante operações de combate à criminalidade”.
O pesselista adverte que, apesar de os assassinatos no Brasil terem diminuído 10% em 2018, de 64 mil mortos para 57 mil, o número de homicídios no país é maior do que os homicídios somados em 52 países. “Desde que começou o conflito sírio, em março de 2011, morreram 330.000 pessoas. A guerra de Iraque soma 268.000 mortes desde 2003. Brasil, com 210 milhões de habitantes, é o país que mais mata no século XXI”, afirma.
Nesse cenário, Capitão Alden descreve ainda a rotina do policial, “marcada pelo alto estresse, pelo risco, pelo afastamento da família e pela convivência com o lado mais sombrio da vida – crime, tráfico, pedofilia e perdas constantes dos companheiros de trabalho”. Segundo ele, pesquisas comprovam que os agentes de segurança pública vivem seis anos a menos que a média nacional. “Policiais e bombeiros morrem em média aos 58 anos de idade!”, constata.
Ele também aponta que o suicídio tem matado mais policiais que confrontos armados. “Do ano passado para cá, os suicídios de agentes de segurança no Brasil crescem 140%”. Para o deputado, o comportamento suicida entre profissionais de segurança pública não é reconhecido como um tema de agenda pública no Brasil, comprometendo não só a produção de conhecimento científico sobre o tema, como também a formulação de políticas públicas e institucionais de saúde mental.
“Precisamos que os governos invistam em um programa que vise a cuidar dos Policiais Vitimados, de forma multidisciplinar e integrada! A morte de policiais é uma afronta ao Estado, à Instituição e à própria sociedade. São necessárias respostas e o preço pago por alguns é altíssimo”, conclui Alden.