Na noite desta terça-feira (29), conforme publicado pelo #Acesse Política, o presidente Jair Bolsonaro fez uma live de última hora no Facebook.
Com a chamada “Mais uma matéria porca da Globo”, o presidente criticou a reportagem do ‘Jornal Nacional’ que associou seu nome a um dos suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco em 14 de março de 2018.
Durante a transmissão ao vivo, Bolsonaro ficou bastante nervoso e bateu forte na emissora dos irmãos Marinho.
“Vocês, TV Globo, o tempo inteiro infernizam a minha vida, porra! (…) Vocês não tem vergonha na cara. Agora, Marielle Franco, querem empurrar pra cima de mim? Patifes, canalhas, não vai colar! Não devo nada a ninguém. Vocês querem arrebentar com o Brasil. Estava muito bem com governos anteriores, mamavam bilhões de estatais. Acabou a teta, não tem mais dinheiro público para vocês”, declarou.
Logo em seguida, o presidente afirmou que, em 2022, quando vence a concessão da emissora, o processo de renovação deverá estar “limpo” e “transparente” para ser aprovado.
“Não vai ter ‘jeitinho’ para vocês”, disse.
Em resposta, a TV Globo emitiu uma nota oficial em que afirma que “não fez patifaria nem canalhice” com o chefe do Executivo, mas sim “jornalismo com seriedade e responsabilidade”.
O veículo disse lamentar que “o presidente revele não conhecer a missão do jornalismo de qualidade e use termos injustos para insultar aqueles que não fazem outra coisa senaõ informar com precisão o público brasileiro”.
LEIA A ÍNTEGRA
“A Globo não fez patifaria nem canalhice. Fez, como sempre, jornalismo com seriedade e responsabilidade. Revelou a existência do depoimento do porteiro e das afirmações que ele fez. Mas ressaltou, com ênfase e por apuração própria, que as informações do porteiro se chocavam com um fato: a presença do então deputado Jair Bolsonaro em Brasília, naquele dia, com dois registros na lista de presença em votações.
O depoimento do porteiro, com ou sem contradição, é importante, porque diz respeito a um fato que ocorreu com um dos principais acusados, no dia do crime. Além disso, a mera citação do nome do presidente leva o Supremo Tribunal Federal a analisar a situação.
A Globo lamenta que o presidente revele não conhecer a missão do jornalismo de qualidade e use termos injustos para insultar aqueles que não fazem outra coisa senão informar com precisão o público brasileiro. Sobre a afirmação de que, em 2022, não perseguirá a Globo, mas só renovará a sua concessão se o processo estiver, nas palavras dele, enxuto, a Globo afirma que não poderia esperar dele outra atitude. Há 54 anos, a emissora jamais deixou de cumprir as suas obrigações”