Nesta terça-feira (29) o governo federal anunciou que fundo soberano da Arábia Saudita vai investir até US$ 10 bilhões em projetos no Brasil, cerca de R$ 40 bilhões.
O anúncio foi feito pelos ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) em Riade, capital do país árabe. Em paralelo a visita do presidente aos Emirados, Roberto Ardenghy, diretor de Relacionamento Institucional da Petrobras, participou de um seminário, em Abu Dhabi, onde informou a busca da estatal por compradores para suas refinarias no Golfo.
Fundo bilionário dos Emirados elevará investimentos no Brasil. “Estamos assistindo a uma transição para um ambiente incrivelmente amigável para investidores”, disse empresário árabe. Waleed Al Muhairi, vice-presidente do grupo Mubadala, pretende elevar investimentos no Brasil. pic.twitter.com/q8dBKwLLNi
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) October 29, 2019
No entanto, nenhum investimento específico foi anunciado, nem foram definidas datas para o início da chegada do dinheiro, mas a tendência é que projetos de infraestrutura e agronegócio tenham prioridade.
Segundo os ministros, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se comprometeu a trabalhar em conjunto com o fundo na facilitação da iniciativas, incluindo informações sobre legislação.
O grupo deverá ser alocado na Casa Civil. O montante virá do Fundo de Investimento Público saudita (PIF) De acordo com Onyx, os trabalhos para a efetivação dos investimentos começarão “imediatamente” na volta da comitiva presidencial ao Brasil.
O Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), terá ao longo do ano que vem uma grande quantidade de ofertas, incluindo as áreas de óleo e gás, portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. Ele disse também que há um “grande possibilidade de investimento” na ferrovia Ferrogrão, de 1 mil km de extensão que ligaria o do Mato Grosso ao Pará.
O custo estimado deste projeto é de aproximadamente US$ 3 bilhões. O ministro negou que tenha havido pedido de contrapartida aos investimentos por parte dos sauditas e defendeu que os sauditas querem acessar a América Latina a partir do Brasil.
Ele afirmou que reformas promovidas pelo governo, como a da Previdência, e medidas de desburocratização foram importantes para atrair o fundo soberano.
Segundo o governo federal, o Brasil é o sexto país a receber aportes do fundo soberano saudita. Os outros são Estados Unidos, Japão, África do Sul, Rússia e França. Os ministros fizeram questão de ressaltar que o valor é o mesmo investido na Rússia e o dobro do da França.
Brasil e Arábia Saudita também negociam a facilitação de entrada de turistas dos dois países em seus territórios. A intenção é que as permissões tenham validade de até cinco anos, taxas de pagamentos sejam reduzidas e mais modalidades de entrada sejam liberadas.