O presidente do Chile, Sebastián Piñera, decretou estado de emergência na madrugada deste sábado (19) após protestos que tomaram estações de metrô na capital Santiago. As manifestações, que aconteceram contra aumento no preço das passagens, acabaram em violência. Segundo agências internacionais, balanço parcial informa que 19 estações de metrô e 16 ônibus urbanos sofreram danos, e 180 pessoas foram presas.
“Diante dos ataques sérios e repetidos e contra as estações e instalações do metrô de Santiago, contra a ordem pública e a segurança pública, declarei estado de emergência nas províncias de Santiago e Chacabuco, e nos municípios de Puente Alto e San Bernardo, na região metropolitana”, afirmou o presidente chileno.
Piñera disse que o objetivo da medida é voltar a recuperar a normalidade. “O objetivo deste estado de emergência é muito simples, mas muito profundo: garantir a ordem pública, a tranquilidade dos habitantes da cidade de Santiago, proteger bens públicos e privados e, acima de tudo, garantir os direitos de todos”, disse.
Piñera também confirmou a nomeação do general Javier Iturriaga del Campo como chefe da Defesa Nacional durante o estado de emergência.
Com o decreto, o governo pode restringir a liberdade de locomoção e reuniões, entre outras medidas. Campo descartou impor agora toque de recolher. “No momento, não temos informações que nos obriguem a decretar o toque de recolher”, disse o general. Ele anunciou, porém, que forças militares começarão a patrulhar a cidade nos “setores mais conflituosos”.
O presidente afirmou ainda que nos próximos dias o governo convocará um diálogo transversal e fará “todos os esforços para aliviar a situação dos que foram afetados pelo aumento”.
A polícia não conseguiu conter os motins, e os bombeiros tiveram que combater incêndios em várias estações de metrô, ônibus urbanos, barricadas de rua e até na sede da companhia elétrica local.